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Arquitetos: Manuel Quijano Vallejo
- Área: 2141 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Javier Orive
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto é o ápice, por parte do Círculo Mercantil Industrial de Sevilha, de uma série de obras de melhoria nas suas instalações esportivas. Nestes equipamentos, inaugurados em 1970, somente haviam sido feitas pequenas reformas e atuações, geralmente desconexas entre si. É por isso que o clube recentemente redigiu um plano diretor de modernização com uma visão global do conjunto.
O projeto aborda, por um lado, um novo plano diretor da zona norte do terreno e por outro a execução de um edifício multiuso. Esta área estava ocupada por espaços residuais e diferentes edificações desconexas e obsoletas, dando as costas para o rio. Assim, decidiu-se pela demolição destas edificações e sua substituição. O plano diretor situa o novo edifício paralelo a empena norte, eliminando os espaços residuais e habilitando um espaço livre em frente ao rio.
O programa multiuso do edifício (nova entrada ao clube, área administrativa, sala multiuso, dependências esportivas e salões sociais), faz com que o projeto não responda a nenhuma tipologia reconhecível. O resultado final é fruto dos condicionantes do terreno, sua localização e o programa a ser desenvolvido.
Projeta-se uma arquitetura racionalista na qual é eliminada toda a ornamentação vazia e gratuita, com predominância de formas geométricas simples onde os distintos elementos projetados respondem a uma função ou condicionante específicos.
Sua privilegiada localização, na margem do Rio Guadalquivir e em frente ao Parque Maria Luisa é primordial, sendo a condicionante mais importante. Assim, o edifício se abre ao rio, criando uma fachada leste totalmente envidraçada.
Na fachada norte, no primeiro pavimento, já acima da altura do limite do terreno e como uma reinterpretação do típico "fechamento" da arquitetura andaluz, projeta-se um grande mirante em direção as magníficas vistas do centro antigo da cidade.
A transição entre o novo edifício e o atual, de um só pavimento, é resolvida situando a área de maior altura próxima a empena norte e escalonando distintos volumes de menor altura conforme se aproximam da edificação existente. Isto permite também a existência de terraços em todas os pavimentos, conectados por um percurso de escadas exteriores.
Projeta-se um edifício com alta eficiência energética. Os componentes da sua envolvente lhe conferem um alto grau de isolamento térmico. As grandes superfícies envidraçadas situam-se, com exceção da fachada leste, nas fachadas norte e sul, e proteções solares adequadas são incorporadas no projeto.
O desenho especial da instalação de ar condicionado e a produção de água quente o faz altamente eficiente. Utiliza-se a geotermia com dois poços, de extração e injeção, até o nível freático. Isto permite, entre outras coisas, não ter de situar nenhuma maquinaria na cobertura, deixando toda a superfície acessível para os usuários.
A nova entrada do clube é projetada como uma peça de imagem potente e singular, facilmente identificável desde a Av. Presidente Adolfo Suárez. Para isto, um grande pórtico formado pelo plano horizontal que voa sobre a linha da fachada é projetado. Ele se apóia na extremidade do edifício administrativo e, no encontro com o outro, se dobra criando uma geometria trapezoidal, buscando o apoio no terreno. Toda esta peça está revestida com painéis de alumínio, cor cinza escuro, utilizados também em outras áreas do edifício.
O edifício é incorporado às fachadas voltadas ao rio, criando a imagem de uma arquitetura atual, mas sem estridência, graças a sua escala adequada ao entorno, seus volumes de formas simples e cor clara, quase branca.