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Fotografias:Diogo Oliveira
Descrição enviada pela equipe de projeto. A partir de uma pré-existência integrada num casco histórico, em tempos uma habitação, abandonada de vivências.
O conceito. Recuperar a sua alma sem a descaracterizar e transformar este espaço privado num espaço público.
O projeto. Preservar as materialidades de uma época, a pedra local, robusta e com temperamento do Norte, suavizada através de uma estrutura mais leve e contemporânea, que a destaca, um ripado em madeira de Pinho Flandres. O espaço reduzido teve que ser pensado para permitir dois circuitos distintos, público e privado, numa aparente fusão, ampliada visualmente pela estrutura em madeira que acompanha todo o esqueleto do edifício em profundidade. Este desenho unifica paredes e cobertura e conduz o olhar até ao infinito através da sequência dos prumos verticais.
A opção das paredes em pedra, escurecidas por uma cor de terra, transmite conforto ao espaço e unifica o revestimento da cobertura em madeira com as mesmas. A uniformidade estende-se ao pavimento, uma betonilha afagada ao helicóptero com um pigmento de terra, lisa. O espaço torna-se um todo que envolve o público. A cor de mel da madeira suaviza o escuro do castanho e realça a textura da pedra. Este jogo estende-se também composição na zona de bar das diversas garrafas em vidro, que compõem e completam toda a coreografia visual. A utilização pontual das luzes permite encenar o ambiente e realçar toda a dinâmica aparente do espaço.
Para, mais uma vez, iludir um espaço de si reduzido, a escala do balcão foi uma peça chave para todos os outros efeitos funcionarem. Este surge como o elemento que vai sob dimensionar o todo. Uma obra que se conclui com a introdução dos diversos elementos móveis, que transmitem uma mobilidade e mutação permanente, os bancos e as mesas, que se modularam através da conjugação de paletes em madeira.