![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 1 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/4358/e58e/cedd/4d00/00fa/newsletter/LFA_20110715_027.jpg?1436369743)
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Arquitetos: Eduardo Souto de Moura
- Ano: 2005
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Fotografias: Luis Ferreira Alves
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Fabricantes: panoramah!®
![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 4 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/43e5/e58e/cedd/4d00/00fe/medium_jpg/LFA_20110719_063.jpg?1436369876)
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Metro Ligeiro de Superfície desliza suavemente à superfície, sem fazer muito ruído, sob dois carris de aço.
A implantação dos carris é imposto por um sistema fechado de cotas, obedecendo a regras rígidas, sem contemplações subjectivas.
![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 2 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/43a3/e58e/ced8/0f00/0111/newsletter/LFA_20110719_059.jpg?1436369816)
Os carris de aço, devem ficar embutidos no pavimento das ruas (em caso de emergência, os bombeiros têm que passar). Os materiais podem variar desde cubos de granito, tapete betuminoso ou tapete de relva.
Por motivos acústicos, os carris assentam sobre uma laje flutuante que recebe peças em aço, almofadadas com borrachas.
![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 5 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/4444/e58e/cedd/4d00/0101/medium_jpg/LFA_20110719_069.jpg?1436369971)
A implantação deste sistema obriga à demolição das ruas e, como consequência, de todas as infraestruturas.
Novas redes de saneamento, águas pluviais, gás, electricidade, telefone, tv cabo, fibra óptica e por vezes oleodutos, têm que coexistir com o próprio sistema do Metro a construir – multitubulares com caixas de 20 em 20 metros.
![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 12 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/44ca/e58e/ced8/0f00/0116/newsletter/LFA_20110719_094.jpg?1436370112)
Mas o problema do Metro à superfície, não é só a superfície, há que pensar no céu, nas catenárias e na iluminação. Estas podem ser suspensas a partir de um “poste” central ou então com dois postes laterais.
Quando a largura da rua não permite o sistema, as catenárias ficam suspensas por cabos de fachada a fachada.
![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 3 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/4393/e58e/cedd/4d00/00fc/medium_jpg/LFA_20110715_033.jpg?1436369794)
O problema é que geralmente as fachadas são em vidro “NUAGE”, ou com tijolo de 7 cm na parede exterior.
Trabalhamos do eixo para os lados (o canal do Metro é sempre inflexível) e o que sobra é distribuído para outros veículos, estacionamento quando cabe, e passeios até chegar às soleiras.
![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 19 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/440a/e58e/ced8/0f00/0113/newsletter/mp-implantacao.jpg?1436369916)
Podem-se fazer transições de materiais, mudar pendentes, mas as soleiras são “sagradas”, é como tocar no ombro de um desconhecido.
De ombro em ombro trocamos cotas, pavimentos, texturas, passeios, guias, contra-guias, postes de iluminação, árvores. Não é que queiramos alterar a geografia mas “Metro oblige”.
![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 13 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/44f7/e58e/cedd/4d00/0106/newsletter/LFA_20110719_101.jpg?1436370157)
Quando há dificuldades, fala-se à Transmetro, à Normetro que, por sua vez fala ao Metro, à Câmara, à Junta de Freguesia, aos Moradores e aos Comerciantes.
Depois de estar aprovado, “Bom para execução”, começam a surgir ruas que se cruzam e se dilatam fazendo largos, rotundas, praças, recantos que sobram, pracetas, largos com árvores, parques de estacionamento à ilharga e, porque não, “Boulevards” - Av. da República: Gaia / Matosinhos.
![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 20 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/4474/e58e/cedd/4d00/0102/newsletter/mp-terreo.jpg?1436370023)
Sem ser esta a nossa vocação, o Metro constrói lugares, recantos, junta cidades, desenha Metrópoles - Gaia, Porto, Matosinhos, Maia, Trofa, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, e Gondomar vem a seguir.
As cidades não mudam por vontade própria ou por decretos políticos, mas pela emergência de sistemas necessários à sua sobrevivência e ao seu desenvolvimento.
![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 18 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/42ac/e58e/ced8/0f00/010b/medium_jpg/LFA_20110715_001.jpg?1436369561)
Foi assim com os Romanos quando sobre dois atalhos que se cruzavam desenharam o Cardus e o Decomanus, e no centro ficou o Forum.
Foi assim na Idade Média, quando no Forum ficou a Praça da Catedral, construída com as pedras do templo demolido.
![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 23 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/42e6/e58e/cedd/4d00/00f7/newsletter/mp-corte1.jpg?1436369626)
Foi assim no Barroco, com o desenho de eixos radiocêntricos, ligando essa Catedral (já cheia de talha dourada) às portas da Muralha.
Foi assim no Neo-Clássico em que as portas foram demolidas ou redesenhadas e os largos que recebiam as estradas passaram a ser praças, ladeadas por conventos.
![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 10 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/42c3/e58e/cedd/4d00/00f6/medium_jpg/LFA_20110715_009.jpg?1436369586)
Foi assim no Século XIX com o caminho de ferro, em que alguns conventos passaram a estações (S. Bento).
Foi assim no Século XX com o Metro Ligeiro de Superfície (Matosinhos / Trindade).
![Metro do Porto / Eduardo Souto de Moura - Imagem 8 de 29](https://images.adsttc.com/media/images/559d/4496/e58e/ced8/0f00/0115/newsletter/LFA_20110719_086.jpg?1436370060)
Será assim no Século XXI em que o Metro de Superfície, deverá estar integrado num sistema planeado para uma nova geografia (já chega de improvisos) que não se pode adiar.
“O país é pequeno e nós somos poucos...” (José Cardoso Pires), mas penso que vamos conseguir.