Arquitetos
Albuquerque + Schatzmann arquitetos, Diego Tamanini, Felipe FingerLocalização
Osasco - SP, BrasilAutores
Caique Schatzmann, Diego Tamanini, Felipe Finger e Juliana de AlbuquerqueAno do projeto
2015Fotografias
Cortesia de Albuquerque + Schatzmann arquitetos, Diego Tamanini, Felipe Finger
Apresentamos a seguir o projeto finalista do Concurso Nacional para a Moradia Estudantil da Unifesp em São José dos Campos, desenvolvido pelo escritório Albuquerque + Schatzmann em parceria com os arquitetos Diego Tamanini e Felipe Finger. Veja na sequência algumas imagens e a descrição pelos autores da proposta.
Dos arquitetos: O campus da Unifesp Osasco será inserido em um contexto essencialmente residencial. Por suas dimensões, inserção urbana e características físicas, o terreno é intensamente utilizado pela comunidade como potencial área de lazer, recreação e eventos. O espaço destinado à Moradia Estudantil faz esquina com esse contexto residencial e com a Alameda-Parque - rua interna do Campus criada pela Unifesp em parceria com a Prefeitura de Osasco para articular cidade e Campus.
O que nosso projeto propõe, portanto, não é um edifício isolado e autossuficiente, mas um conjunto edificado capaz de tecer urbanidade – uma conexão entre campus e cidade, e que ambos se insiram de forma a complementar seus espaços. Nesse sentido, os limites do terreno se diluem e o usuário adentra o espaço de forma fluida.
INTEGRAÇÃO URBANA
A integração do complexo da moradia estudantil com a cidade (à Leste, na Rua Gen. Newton Estilac Leal) é estabelecida na criação de um espaço generoso e convidativo no nível dos pilotis. O acesso estabelece conexão direta com o platô, um espaço informal e de livre apropriação.
O complexo se abre para o Campus a Sul, no nível da Alameda-Parque, tanto espacial, quanto visualmente. A conexão espacial e efetiva se dá por baixo do platô, com uma abertura que atrai o usuário do Campus a entrar na praça conformada no térreo e subir a escada para o nível dos pilotis. A calçada da Alameda-Parque é alargada nesse ponto. A biblioteca - localizada nesse nível e fechada em vidro - convida para o uso.
As fachadas das torres foram pensadas, além de outros fatores, para que estabeleçam relação com o uso para o qual estão dispostas. Na fachada Leste a janela dos dormitórios e o movimento das persianas criam uma frente residencial, voltada para o contexto de mesmo uso. Do lado Oeste a circulação horizontal homogênea é protegida pela chapa perfurada, e cria uma frente para o ambiente institucional. A transparência sutil da chapa aproxima a moradia do Campus, pois garante contato visual entre os dois lados.
A altura da edificação é mantida no mesmo nível do edifício Acadêmico-Administrativo (seis andares), assim é sugerida uma altura padrão para o Campus, sem ser agressivo com o ambiente residencial do entorno.
RACIONALIDADE E FLEXIBILIDADE
A racionalidade é aspecto primário na concepção do projeto através do uso de materiais e sistemas construtivos inteligentes, visando agilidade, durabilidade, fácil manutenção e segurança. Todo o projeto é ordenado no módulo de 1.20m que define estrutura, fechamentos e espaços.
A racionalidade dos sistemas buscou a máxima flexibilidade do edifício:
- O sistema construtivo com laje de concreto pré-moldada tipo BubbleDeck possibilita grandes vãos sem a utilização de vigas;
- O módulo de serviço pré-fabricado concentra todas as instalações hidrossanitárias e foi organizado de forma compacta;
- A circulação vertical fora do pavimento tipo libera a planta livre;
- Todos os fechamentos são pré-fabricados e modulares.
SUSTENTABILIDADE
A racionalidade e a flexibilidade estão ligadas diretamente com a necessidade de pensar o complexo de forma sustentável. O tempo de vida útil da edificação está garantido no emprego de materiais duráveis, no uso de técnicas industriais, e na universalidade da planta tipo – possibilitando versatilidade futura de uso. A pré-fabricação e a coordenação dimensional minimizam as perdas e desperdícios na produção.
A laje de concreto BubbleDeck tem a sua base pré-moldada o que dispensa a utilização de formas de assoalho e utiliza menos escoras. O sistema também é uma tecnologia com Selo Verde.
A implantação do complexo procurou manter o máximo de área permeável no solo. Para isso, nos caminhos do nível pilotis e na praça do nível térreo utilizamos o piso permeável drenante de concreto poroso.
Entre o platô e o bloco dos espaços de uso coletivo está inserido o Jardim, um espaço com ambientes de estar entre massas de vegetação.
Todas as fachadas são protegidas da incidência direta do Sol, mantendo iluminação e ventilação naturais. A ventilação cruzada é garantida através do uso de venezianas, que podem ser controladas pelo usuário.
A cobertura das três torres é otimizada com a captação da água da chuva, utilização de placas solares de aquecimento da água e possibilidade do uso de painéis fotovoltaicos.