- Ano: 2014
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Fotografias:Yiorgis Yerolybos
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto encontra-se em Agios Fokas, na parte sudoeste da ilha de Lesbos, em um terreno agrícola entre oliveiras. As únicas estruturas da área são pequenos edifício rurais. Topograficamente, o terreno de 3.5 hectares junto ao mar está em uma inclinação onde foram plantadas 300 oliveiras. Os proprietários, dois irmãos e suas famílias, são habitantes da cidade, acostumados a viver em Atenas e Boston, decidiram estabelecer novos laços com a terra dos seus antepassados.
As questões básicas de desenho foram: incorporar as residências na topografia da paisagem; acessibilidade de baixo impacto; desenvolvimento de uma dialética entre os dois edifícios; fazer uso da vista; incorporar elementos bioclimáticos; utilizar elementos naturais. O desenho foi pensado a fim de reinterpretar referências vernáculas locais, que não são extraídas da arquitetura residencial tradicional em Lesbos, mas sim, dos antigos edifícios industriais localizados ali. O tema dominante era como lidar com um terreno excepcional com condições favoráveis nos momentos difíceis.
As residências estão incorporadas nas ladeiras, sendo situadas por baixo do nível da linha do horizonte, nas oliveiras, deixando intacta a paisagem que as rodeia. Dos 3.5 hectares que compõem o terreno, 600 metros quadrados estavam cobertos por materiais duros, enquanto o resto do terreno estava coberto por terra. Os antigos terraços de oliveiras foram registrados e separados.
As residências foram colocadas em paralelo com as curvas de nível, entre o final da plantação de oliveiras e o início do terreno junto ao mar, que funciona como uma paisagem da terra ao mar. Esta área permite um fluxo da paisagem: a fachada em frente as oliveiras é feita em pedra, com aberturas que isolam segmentos da paisagem, enquanto a fachada em direção ao mar é transparente e unificada.
A edificação parece sair do solo no lado da vegetação e levitar no lado do mar. Ao aproximar-se da obra e caminhar através dela, seus espaços se desenvolvem como um filme, e o mar aparece gradualmente emoldurado inicialmente pelas aberturas da fachada de pedra; depois, através das sombreadas galerias e terraços profundos e, por último, a vista se abre na plataforma por cima do penhasco.
Os dois edifícios estão conectados nas alturas das suas coberturas, constituindo uma continuidade conceitual, seguindo a forma da montanha em um nível inferior. Ambas residências foram desenhadas utilizando os mesmo princípios de desenho e compreendem variações sobre um tema, sendo respectivamente de 150 e 250 metros quadrados construídos.
As residências estão no nível do solo e são formadas como retângulos alongados, desenhadas sobre os princípios bioclimáticos da utilização de aberturas a cada lado. O teto inclinado com vários níveis cria um espaço único de habitação no seu ponto mais alto, com uma sacada aberta voltada ao interior da residência. Este último nível possui paredes de vidro com abertura de segmentos que ajudam a eliminar o ar quente.
A manutenção dos espaços interiores e exteriores no mesmo nível fomenta um sentido de coesão e de fluxo, enquanto permite o acesso das pessoas com deficiência, que têm acesso a todas as áreas. A piscina foi criada para ser desfrutada por aqueles que possuem dificuldades para chegar até o mar. As áreas ao ar livre estão desenhadas para ser autônomas desde o interior, satisfazendo os requerimentos dos proprietários e seus visitantes, com uma cozinha ao ar livre, um jardim de vegetais, assim como sala de estar, sala de jantar, área de banheiro e também instalações para projetar filmes ao ar livre.
A estrutura que suporta o peso é de metal e pedra, material de preenchimento e construção de paredes iluminadas da fachada com isolamento exterior. Foram utilizados materiais locais, incluindo pedra Polichnitos e terras naturais para colorir o cimento na cobertura e caminhos. Também foram utilizados sistemas de aquecimento sustentável.