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Arquitetos: Wowhaus; Maria Gulida, Viktoria Kudryavtseva, Olga Lebedeva, Anastasia Maslova, Darya Melnik, Maria Panova, Anna Proshkuratova, Olga Rokal, Alexandra Chertkova, Anna Rodionova, Darya Mozhaeva
- Ano: 2014
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Fotografias:Natalya Kuprianova, Ilya Ivanov
Descrição enviada pela equipe de projeto. O teatro dramático de Moscou, chamado Stanislavsky em Tverskaya, na rua principal da cidade, voltou a abrir suas portas com um novo nome, conceito e aparência. Agora é o Eletroteatro Stanislavsky - uma nova sede com a importante ambição de tornar-se um centro teatral na cena mundial.
O novo nome remete a 1915, quando o edifício modernista original foi concebido. Ele abrigava um cinema que era uma nova forma de entretenimento, e os cinemas, nessa época, eram chamados de eletroteatros. Este histórico do edifício, mais tarde, tornou-se em um obstáculo para seu uso posterior como um teatro dramático, já que, tecnologicamente, um teatro dramático requer um projeto muito mais complexo do que um cinema. O objetivo do arquiteto era transformar o edifício alongado do antigo cinema em uma plataforma teatral contemporânea, na qual qualquer parte - seja o corredor, hall, escada ou pátio posterior - pode ser utilizada para todo o tipo de atuações teatrais modernas.
Wowhaus imaginou o princípio fundamental do conceito de Eletroteatro sendo a transformabilidade dos espaços e abertura dos processos internos. Barreiras móveis dividem as zonas técnicas e públicas, e as funções destas áreas podem ser intercambiáveis.
Dado que o edifício principal do teatro é o monumento arquitetônico de importância federal, regulamentações muito estritas para a restauração de elementos históricos valiosos tiveram que ser atendidas. O grande princípio de restauração de Wowhaus foi revelar os elementos interiores que permaneceram no edifício desde 1915, limpar as camadas de pintura não desejadas e mostrar sua forma pura, sobrepondo os elementos da nova construção para tentar imitar o estilo original, mas também conservar o ambiente e a filosofia do desenho.
O resultado é um edifício que respeita sua sua história e ao mesmo tempo é essencialmente moderno no seu ambiente e uso. Depois da reconstrução, o teatro foi objeto de ampliação significativa: os três corpos recentemente renovados agora possuem um hall, departamento, vestiário e um ateliê - um novo e amplo hall foi criado adjunto ao espaço de exposição e uma saída ao pátio interior que, em essência, forma uma nova praça da cidade. Outra adição, que será concretizada no final deste ano, é o cenário secundário para atuações de câmera que será posicionado no edifício separado e totalmente reconstruído. Por tanto, esta instituição cultural converte-se ao mesmo tempo em um importante marco social e cultural na cidade.
O Hall
A tarefa consistia em transformar um lugar teatral muito antiquado e tecnologicamente obsoleto em um espaço versátil de primeira categoria para as atuações modernas, ao mesmo tempo que mantém os elementos históricos valiosos intactos. Wowhaus manteve restaurado a varanda como espaço de atuação totalmente funcional com tecnologia teatral moderna. A cobertura e as paredes permitem a colocação de todos os equipamentos teatrais necessários, seja iluminação ou cenografia, em qualquer parte da sala. Toda a carcaça da sala torna-se, desta forma, plenamente funcional.
Novos assentos móveis podem ser posicionados em filas ou separados em diferentes combinações. 70% dos painéis da parede propagam o som e 30% o absorvem. Isto é possível graças a sua diferente textura e forma: a fim de difundir o som através do corredor, os painéis foram construídos com uma forma de ziguezague. Por tanto, um cenário completo e funcional pode ser colocado em qualquer lugar no espaço e não há restrições espaciais que dificultem ideias criativas quanto a instalação do som, luz, vídeo ou posicionamento da platéia. O hall pode mudar sua aparência por completo. Com as persianas negras posicionadas ao longo de todo o perímetro da sala, o espaço torna-se completamente escuro.
O Foyer
Estruturas espaciais similares podem ser vistas tanto no foyer como no hall (ainda que de uma forma mais simplificada): é possível fixar painéis ou elementos cenográficos quando os eventos são celebrados no espaço. Pilares, barreiras móveis e falsos alçapões no hall atuam simultaneamente como uma treliça para a fixação de elementos expositivos.
Todo o edifício foi meticulosamente restaurado e livre das acumulações que datam o período compreendido entre os anos de 1950 e 1990, quando a nova pintura e piso simplesmente foram aplicados ou montados diretamente sobre o antigo. O gesso pré-revolução foi revelado na sua totalidade, e é visto agora como era em 1915.
O pátio e segundo cenário
Esta parte do projeto será construída no final de 2015, e com sua finalização o Eletroteatro Stanislavsky se tornará em um espaço público único no qual todo o tipo de arte cênica será bem-vinda. O pátio foi utilizado para coletar o lixo e três edifícios em ruínas foram utilizados como ateliês técnicos teatrais. Dois dos edifícios foram totalmente reconstruídos para abrigar oficinas e o terceiro edifício agora está sendo convertido em um lugar de atuação para um máximo de 120 visitantes.
A área do pátio posterior se tornará um lugar de plataforma aberta que funcionará durante o dia como um espaço de livre acesso para as conferências, aulas magistrais ou simplesmente para passar tempo em um café. Pela noite, se tornará um espaço de atuação. A audiência, assim como a luz e a equipe de som, deve ser posicionada nas galerias metálicas que rodeiam o espaço, recordando o princípio do teatro Globe de Shakespeare. O cenário móvel coloca-se no centro do pátio. A parede do cenário frente ao pátio pode ser dobrada ou aberta, e o cenário interior do edifício se faz visível aos espectadores no pátio. Desta forma, a etapa do cenário secundário e o pátio formam um complexa atuação integral.
