O escritório Pezo von Ellrichshausen compartilhou conosco o projeto do futuro museu LAMP, obra que será construída na cidade de Concepción (Chile) e que receberá uma coleção de 2 mil pinturas, 500 esculturas e 1.800 livros do artista Eduardo Meissner e da pintora Rosemarie Prim. Oficialmente apresentado no início de setembro, o projeto será construído em 2016 aos pés da colina Caracol no parque Ecuador.
Enquanto os arquitetos definem o projeto como "uma estrutura genérica para uma condição específica", o artista chileno expressou em uma carta aberta que "a coleção ocupará uma nova construção diáfana e enfática, repleta de flores e pássaros, cheia de vida e de ar. Um edifício que imagino flutuando, com vocês dentro, em frente ao (rio) Biobío."
Saiba mais sobre a proposta, a seguir.
Dos arquitetos: Esta é uma estrutura genérica para uma condição específica. Uma trama monótona e homogênea de colunas e uma planta quadrada que aumenta de tamanho quanto mais alta. Em torno de um elevador aberto há uma escada em espiral com um balcão a meio caminho que deixa ver cada ambiente. Não há paredes em todo o sistema, apenas uma espécie de coluna esbelta sem direção que se repetem trezentas vezes através dos três níveis de exposições. A distância entre as colunas é determinada pelo tamanho da coleção de obras de arte que ocupará o edifício.
Cada edifício tem o mesmo caráter, uma densa paisagem labiríntica quase sem massa. Mas além da igualdade de elementos, há uma forte variação entre um ambiente e outro; a quantidade e tamanho das aberturas de cada nível, assim como a distância entre o centro e o perímetro são únicas em cada pavimento. Não havendo paredes, as pinturas estarão informalmente flutuando no ar, de algum modo suprimindo qualquer expressão gravitacional.
É precisamente essa inexpressiva textura das superfícies externas, todas pintadas de preto, que destaca a escala do edifício em relação ao jardim que o cerca. Sua presença é a manifestação de um esquema simétrico, uma espécie de entasis invertida, que se amarra diagonalmente ao solo com uma planta em L, com duas galerias laterais e o acesso no mesmo canto da colina.
O programa complementar aos espaços expositivos (salas multiuso e cafeteria) se desenvolve neste embasamento. Se uma pequena biblioteca e a administração ocupam o subsolo, a cobertura do edifício é um terraço urbano cujo nível coincide com a copa das árvores do parque.
Arquitetos
Localização
Parque EcuadorArquitetos responsáveis
Mauricio Pezo, Sofia von EllrichshausenColaboradores
Diego Perez, Eva de Hovre, Valentina Chandia, Victoria Bodevin, Caitlyn Flowers, Findlay Barge, Charles Bourely, Sofie Taveirne, Lorenzo Giovannoni, Kim Courreges, Marta Mato, Peter Weber, Jacopo Valentini, Hannah Klug, Marta Tonelli, Lara Monicelli, Yannic Calvez, Dasy JacobsEstrutura
Luis MendietaIsolamento sísmico
Ruben BoroschekInstalações
Marcelo Valenzuela, Daniel Garrido, Raul FuentealbaCliente
Fundación Meissner-PrimÁrea
1.500m²Ano do projeto
2015Fotografias