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Arquitetos: Visioarq Arquitectos
- Área: 2234 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
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Fabricantes: panoramah!®, Luzarq
Descrição enviada pela equipe de projeto. Edificado em 1881, em Vermoim - Vila Nova de Famalicão, o Palácio da Igreja Velha foi durante muitas décadas a mansão de uma importante propriedade rural, “ao estilo barroco com duas torres acasteladas e uma capela anexa, a capela S. Francisco de Assis de estilo neogótico”.
Com a introdução de vários acrescentos e volumetrias que foram descaracterizando este complexo, vários desafios se colocaram neste projeto, ao nível dos aspectos construtivos e funcionais.
A intervenção da Visioarq afirmou a valorização do conjunto através da recuperação volumétrico-espacial, da reparação dos elementos construtivos degradados e das assimetrias criadas ao longo da sua história. A ampliação, com um novo volume edificado para a realização de eventos, complementar ao uso do palácio, foi também um objetivo elencado para este projeto.
A preservação deste patrimônio inserido na "paisagem cultural" local foi possível com critérios de recuperação exigentes, que integraram o novo volume. Este nasce, pois, abraçado pelos elementos confinantes da antiga estrutura, respeitando alinhamentos, promovendo e reforçando o eixo pedonal que atravessa todo o centro do palácio e terminando num volume saliente em consola que serve de recepção aos visitantes do Palácio da Igreja Velha.
O contraponto antigo/novo afirmou-se pela mistura entre materiais da região e outros mais atuais com processos construtivos originais, mantendo uma harmonia cromática e volumétrica na paisagem. O aço corten que reveste grande parte do edifício, o granito, a madeira e o betão dão corpo ao conceito inspirado nos antigos espigueiros da região.
O espigueiro é uma tradicional estrutura rural, normalmente de pedra e madeira, com a função de secar o milho através das fissuras laterais, e ao mesmo tempo, protegê-lo da destruição por roedores através da elevação do solo. No território de Portugal Continental, encontram-se principalmente a Norte e são alvo de interesse etnográfico e turístico.
A relação interior/exterior afirmou-se pelos grandes envidraçados,sem comprometer a eficiência energética do edifício. É neste âmbito que se introduziu o ripado em madeira - evocando os espigueiros da região - assim como a pala assimétrica em dois planos, que demarca a entrada do edifício de eventos, numa transição feliz entre o interior/exterior.
Finalmente, para os arranjos exteriores, capitalizou-se a variedade de vegetação existente pela demarcação de percursos e praças em pedra de granito, numa atitude contemplativa da paisagem circundante.