Campus Criativo Universidade Andrés Bello / Martin Schmidt Radic Arquitectos Asociados

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Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício surge como materialização do projeto educativo Campus Criativo, desenvolvido por um grupo de acadêmicos da Universidade Andrés Bello, o qual se baseia em potencializar a interação entre distintos cursos de matriz artística, fomentando a mistura programática e o trabalho em equipe, próprios de um ambiente colaborativo contemporâneo.

Localizado no bairro "La Chimba" (palavra indígena Quechua) ou "o outro lado" do Rio Mapocho, o que assinala sua condição histórica de bairro lindeiro a Santiago onde seu rígido traçado urbano espanhol não pode cruzar, dando espaço a um casario espontâneo, instalando-se originalmente comunidades indígenas, artesãos e uma insipiente indústria. Este fator deu seu caráter e uma identidade que se mantém até hoje, acolhendo imigrantes e artistas atraídos por sua liberdade e abertura.

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O terreno abrigava originalmente uma fábrica de massas, que estava abandonada há mais de 30 anos, chamada "A Africana", propriedade de uma família italiana de sobrenome Roveño, seus fundadores em 1921.

O conjunto constava do edifício da fábrica, outras construções menores, além de três casas que pertenciam aos proprietários, separadas por um caminho de pedestre que comunica as ruas Purísima com Ernesto Pinto. Esta relação entre trabalho e vida, típica do início da revolução industrial no Chile e hoje própria das indústrias criativas, acreditávamos ser impossível de preservar. 

O projeto então, se divide em 4 elementos:

- A fábrica se converte no motor central do projeto, abrigando os laboratórios de protótipos, impressoras de corte à laser, modelagem 3D, oficinas de ferramentas, cerâmica e corte-costura, além disso, no nível superior, estão as Oficinas Criativas de primeiro ano, entendendo-as como a base do projeto educativo. Manteve-se as paredes de alvenaria originais, com seu ritmo de aberturas, que foram reforçadas para cumprir com as normativas contemporâneas. A estrutura do telhado foi substituída, pelo fato de estar em péssimas condições, por uma de caráter industrial para acentuar a escala do edifício em relação a nova edificação contínua;

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- Duas das casas tornaram-se escritórios administrativos e galeria de exposições para difundir o conhecimento acadêmico que deve, por lógica (dado a fábrica) e por definição (programa acadêmico), traduzir-se em elementos concretos, produtos. Para tal integração da equipe acadêmica, nos escritórios, aproveitou-se da estrutura original das casas do início do século, feitas por uma estrutura de madeira revestida em barro, onde se retirou o revestimento deixando a estrutura exposta e permitindo grandes espaços conectados visualmente, sem perder o caráter e o detalhe da construção original;

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- Um novo edifício abriga os programas genéricos transversais à todos os cursos, salas letivas, biblioteca, salas de computação e cafeteria no primeiro nível. Tornando-se um módulo de alto rendimento e eficiência de programação acadêmica que busca aproveitar o máximo a infraestrutura instalada. Fisicamente é um volume hermético, revestido por uma pele metálica, para ter um melhor controle solar, a pele micro perfurada passa sobre uma porcentagem das janelas, o que confere sua imagem industrial hermética. Interiormente é uma estrutura desprovida de todo o revestimento, todas suas instalações estão descobertas, expostas, mostrando seu funcionamento e permitindo modificações futuras ou a incorporação de qualquer equipamento ou tecnologia;

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- O vazio entre estas construções, ou o espaço criativo, pretende servir de plataforma para as infinitas atividades, exposições, desfiles e apresentações. Foi pensado como um lugar contido, abrigado pelas edificações existentes e propostas. A este espaço, estão voltados todos os programas aglutinadores do Campus Criativo, a fim de que esteja sempre recebendo estudantes e visitantes interessados na dinâmica do campus. 

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