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Arquitetos: Etienne Lefranc, Gonzalo de La Parra
- Área: 319 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Nico Saieh
Descrição enviada pela equipe de projeto. A encomenda surge a partir de uma pesquisa realizada pela cliente na Itália, Espanha e Noruega, que busca implementar a metodologia educativa "Reggio Emilia" (Itália, 1945), no Chile, a qual dentro de sua proposta inclui dois conceitos detonantes que incidem no desenvolvimento da infância. A criança como protagonista e o espaço como terceiro professor. Estes princípios foram fundamentais para conceitualizar e dar forma ao projeto final.
O referente inicial é o artefato Mapuche definido como "Kupulwe".
"(...) As crianças que não aprenderam a caminhar ainda são chamadas de "guaguas", e como o milho, antes do vencimento, se forem transportados por suas mães na Kupulwe; sempre envoltas e em pé, terão a opção de olhar ao redor para que possam contemplar a vida. A postura ereta as mantém em alerta e estimuladas pelos eventos que cercam (...)" Exposição do Museu Chileno de Arte Pré-Colombina, 2012
Conceitualmente, o projeto propõe a si próprio um artefato de estimulação e experimentação onde o protagonista é o bebê. Para alcançar esses objetivos a luz natural age como uma conselheira em relação ao tempo e caminho do sol. As salas de aula são configuradas de acordo com a escala da criança, as atividades e os materiais a serem utilizados pelos professores no desenvolvimento do processo de treinamento.
O projeto foi realizado em uma casa existente no bairro de La Reina, Santiago, onde é implementada uma envolvente capaz de melhorar o comportamento térmico e lumínico. Algumas paredes originais de alvenaria permaneceram como vestígios maciços em uma nova estrutura de madeira, incorporando exigências térmicas e de iluminação necessárias para criar espaços de conforto ideais para o desenvolvimento de instituições educacionais.
A partir de referências construtivas nativas, o projeto propõe, por exemplo, referências estéticas do vestido das "machi" Mapuches: o uso de grandes mantos negros como pano de fundo para as fitas coloridas que são determinadas de acordo com a época ou evento a celebrar.
O zinco em forma de ondas funciona como uma capa que cobre grande parte do projeto com intervenções coloridas. O conteúdo interior leva referências dos sistemas construtivos dos Mapuches como espaços acolhedores e constituídos por materiais nobres como é o caso da madeira bruta.