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Arquitetos: Vigliecca & Associados
- Área: 3593 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Leonardo finotti
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Fabricantes: Arcontep, ELEVATE, Graves & Agudos, JABÚ Engenharia Elétrica, LINDE GASES, Lab Linea, Logic, MAQ1000 Escritórios, MULTITEC, REFAX, UNIMÓVEIS
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto integra, em um único edifício, a complexidade de oito laboratórios de ponta na área de pesquisa de novos materiais e combustíveis limpos da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), criando um ambiente interno naturalmente fresco e iluminado em pleno interior de São Paulo.
O edifício do Centro de Pesquisas em Materiais Avançados e Energia da UFSCar, em São Carlos, é o primeiro da instituição e um dos pioneiros no Brasil que já nasceu com as instalações específicas e estruturas adequadas ao ambiente de trabalho de pesquisadores e conta ainda com recursos sustentáveis capazes de proporcionar bem-estar e economia, conciliando funcionalidade com qualidade ambiental.
O edifício de estrutura metálica de 3.600 m² foi concebido para abrigar os principais ambientes em pavimento térreo, dentro de um sistema de modulação e padronização dos elementos construtivos.São oito pavilhões unidos por um eixo central e separados entre si por pátios bioclimáticos, cuja função é criar uma atmosfera agradável e garantir iluminação e ventilação naturais. O interior do edifício é iluminado, mas ao mesmo tempo fresco. Foi estudado um sistema de proteção das fachadas internas de cada laboratório para que houvesse visibilidade externa e controle climático sem a necessidade da utilização de ar condicionado.
O ar entra pelas janelas dos pátios e sai por exaustores eólicos instalados na cobertura do corredor central dos laboratórios. Brises no teto dos pátios, com a inclinação adequada, contribuem para o controle da incidência de luz e de calor nos ambientes internos do edifício. Os pátios têm o brilho ideal – resultado da definição precisa de cores e de materiais de acabamento –, capaz de proporcionar o máximo de iluminação natural ao interior dos laboratórios.
O eixo central do edifício tem dupla função: dar acesso e interligar os blocos de laboratório e demais ambientes do térreo (corredor de circulação) e, também, interligar o nível da cobertura (também chamado de “rua de serviços”), que abriga os insumos (eletricidade, hidráulica, lógica, gases, etc.) e outras instalações especiais anexas a cada bloco, com total independência entre eles. O eixo central está conectado, por meio de uma rampa, ao pátio de acesso de veículos de serviços gerais. Essa conexão permite que a manutenção e a troca de cilindros de gases dos diferentes laboratórios, por exemplo, sejam realizadas diretamente, em cada um deles.
As áreas técnicas, assim como as áreas para armazenamento de insumos, estão dimensionadas para atender futuras expansões. O bloco adjacente aos oito laboratórios abriga as áreas de usos compartilháveis por todos os usuários do conjunto, como recepção, hall de exposições, auditório com capacidade para 130 lugares e setor administrativo. O local também é capaz de abrigar eventos, já que conta com toda a infraestrutura necessária.
Para acompanhar a dinâmica de mudanças constantes, característica da área de pesquisas, e evitar acréscimos aleatórios, o projeto trabalha com um sistema de compartimentação interna modulável, permitindo a expansão ou redução de ambientes internos por meio de divisórias removíveis. Assim como define todas as áreas para crescimento máximo para cada laboratório em continuidade ao corpo existente, determina também o espaço destinado a outros quatro módulos para novas pesquisas independentes, tirando o máximo aproveitamento da área de implantação do conjunto e estabelecendo critérios e limites para novas construções.
Cada laboratório apresenta sua particularidade. Por exemplo: para análise de Nanopartículas,foi preciso realizar o isolamento total da base dos sofisticados microscópios em fundações separadas das fundações da edificação, a fim de evitar qualquer interferência de vibrações externas. Para o laboratório deMetais, houve a necessidade de isolamento acústico para a sala de moinhos, onde se trituram os metais. Já o laboratório de Refratários abriga um reator, cuja sala específica foi projetada do lado externo, em bloco isolado e independente do corpo principal da edificação, para efeito de proteção e segurança de uso, mas com monitoramento visual a partir da cabine de controle.
Um espelho d´água na entrada principal, embora contribua para a beleza do ambiente externo, foi criado com o propósito de complementar, tecnicamente, as ações sustentáveis, funcionando como reservatório para água de reuso.
Os oito laboratórios contemplam as áreas de adsorção e catálise aplicada; materiais nanoestruturados; metais amorfos, metaestáveis e nanoestruturados; processamento de materiais por micro-ondas; polímeros; cerâmicas especiais e refratários; instrumentação e análise; e biocombustíveis e combustíveis limpos. As pesquisas envolvem diferentes departamentos do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia (CCET/UFSCar) com foco no desenvolvimento de nanotecnologia, materiais avançados e produção e almacenamento de energia.