- Ano: 2015
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Fotografias:Pablo Blanco
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto nasce da necessidade de reforma do suporte para a exibição da coleção de Conchas na Casa-Museu de Pablo Neruda em Isla Negra.
Trata-se de uma proposta de exibição contemporânea que cria um ambiente neutro e luminoso para valorizar os delicados detalhes e geometrias das conchas.
As condições prévias do lugar correspondiam à uma sala com pouca iluminação equipada com vitrines de ferro e vidro que estavam suspensas em várias alturas desde as vigas da cobertura. O critério da exposição era aleatório.
No contexto da Casa-Museu, a Sala Caracolas corresponde ao encerramento do circuito percorrido pelo visitante. Localizada à continuação do pequeno quarto de Neruda, a primeira operação foi gerar um acesso que estabelecesse um limite claro entre a casa-museu e esta sala expositiva que conta com um caráter distinto e requer por tanto, uma certa intimidade que a distancie da linguagem arquitetônica do restante da casa.
Isto acontece através de duas faces entrelaçadas que permitem a permeabilidade visual do acesso ao interior da sala, por meio de duas cabeceiras curvas.
Dada a geometria estreita e comprida do recinto, a estrategia consiste em materializar uma envolvente que permite abrigar a coleção no perímetro, deixando o centro da sala livre para a circulação. Por sua vez, as vitrines perimetrais se separam do piso através de estruturas metálicas confinadas nas paredes existentes da sala.
Propõem-se uma simetria imperfeita no espaço onde das vitrines contínuas com leves refinamentos e variações de tamanho, encarregam-se de diferentes tipos de conchas, construindo a narrativa do percurso. A iluminação é concebida integralmente com a tecnologia LED, considerando a iluminação direta para as vitrines e indireta para a sala tanto no teto como no chão. Desta forma realiza-se profundidades e matizes de luz interpretando a imersão aquática.
Para o piso propõem-se um concreto polido que dialoga com a textura da areia e a dureza da concha.
Um vídeo inserido no sistema de vitrines nos mostra Neruda, de forma onírica, imerso em um passeio à beira-mar na mesma praia que está aos pés da casa.