- Área: 250 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Haruo Mikami
Descrição enviada pela equipe de projeto. Olhando as atualmente chamadas soluções sustentáveis no setor de construção civil, pode-se observar que a grande maioria está encostada nas ¨soluções tecnologicas” - no objeto e no resultado físico. A sustentabilidade é a solução, mas qual foi mesma a pergunta? Pulando logo para soluções ignora-se a sabedoria fenomenológica presente no processo. Assim, sustentabilidade virou “produto” no mesmo ciclo de produção que criou a necessidade de sermos sustentáveis neste planeta.
A abordagem durante o projeto desta casa foi fenomenológica. Por meio de workshops foi criada uma relação diferenciada, tanto com o terreno, quanto com os desejos e sonhos dos proprietários. Neste processo cíclico, o programa foi definido, não apenas em em termos quantitativos, mas especialmente em temos imateriais da qualidade da energia da casa.
Nas conversas com o casal algumas que discrepâncias surgiram entre a demanda inicial e o sonho. O casal era corajoso o suficiente para admitir que havia bastante coisa a ser trabalhada ainda, e assim decidiu-se que um workshop fenomenológico no terreno seria o próximo passo, com o objetivo de incluir não apenas os sonhos e desejos mais profundos e inconscientes do casal, mas também para incluir a energia e a sabedoria do terreno, que ainda tinha a vegetação original do Cerrado.
Depois de dois dias de exercícios e conversas, o programa foi alterado a aspectos novos e inesperados foram incluídos.
Assim a maneira como a relação social e psicológica entre o casal deveria ser expresso na construção ganhou importância, além da relação entre o interior da casa e a natureza por volta dela. A vegetação original do Cerrado foi catalogada pelos proprietários, e o resultado é um projeto que reforça a ligação com o terreno, com uma implantação que não exigiu nenhum corte de árvore.
Contrastando com a maioria dos projetos residenciais, o espaço foi tratado como contínuo, com seis paredes construtivas retas que organizam o uso da casa.
Essas paredes foram erguidas em tijolos de solo-cimento (tijolos ecológicos), assim reduzindo a pegada carbônica da casa.
O espaço entre as paredes se abre para a natureza, permitindo uma entrada de luz natural abundante. Na outra direção as formas são orgânicas, assim criando um dialogo dentro da casa entre a natureza e o usuário. Dentro da casa, em baixo da escada para o mezanino, há um espelho d’água que umidifica o ar durante época de seca. Um conjunto de “flow-forms” filtra a água e propicia um som agradável na casa.
Pelo pé-direito duplo, cria-se uma ventilação natural de dispensa qualquer ar-condicionado. Para reduzir a insolação a casa conta com um teto verde. O telhado em curva é feito de madeira e é ventilado para reduzir a insolação. A água quente é gerada por um sistema de boiler solar. Este conjunto de medidas resulta numa consume de energia extremamente baixa.
Além disso, a casa conta com sistema de reuso das águas cinza, que é usada para os vasos, e a irrigação do telhado. A água de chuva é captada e segue para um lago no jardim e usada para a irrigação do jardim.