- Área: 2440 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Ilana Bessler
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto de urbanização para a Praça do Cinema Glauber Rocha e para a Ladeira da Barroquinha levou em consideração, entre outros aspectos, a importância do patrimônio histórico edificado e a conciliação dos diversos usos existentes e desejados para esse importante eixo de ligação no Centro Histórico da Capital da Bahia.
A Praça do Cinema, pela sua situação elevada em relação ao entorno, tinha como vocação natural se tornar um mirante, tanto para a Igreja da Barroquinha como para a Baía de Todos os Santos. O projeto aproveita a morfologia do terreno que acompanha os desníveis da Rua Chile e cria plataformas em concordância com a inclinação da rua. Com isso, além de permitir o acesso às plataformas em nível, a resultante é um desenho orgânico, que conduz o publico para dentro da Praça no sentido das vistas privilegiadas. Próximo a Rua e a Igreja, foram criadas praças que abrigam os novos programas de cinema ao ar livre e café, respectivamente.
Já na Ladeira da Barroquinha, um local de passagem, haviam dois tipos de público e consequentemente dois tipos de fluxo de pessoas a serem considerados. O tipo que sai do terminal de ônibus em direção ao Centro Histórico e quer seguir direto, sem perder tempo. E o tipo que quer frequentar o comércio de couro artesanal - este, com outro tempo. De alguma maneira, um não deveria conflitar com o outro, porém o desejo era que ambos convivessem lado a lado. Outras questões que foram consideradas no projeto são as vistas da Igreja desde a Rua Chile e a presença do muro de contensão na paisagem. Em ambos os casos, a disposição das antigas barracas, lindeiras ao muro, obstruíam as vistas e encobriam o muro.
Ao considerar o fluxo rápido de pessoas junto ao muro, o projeto liberou as visuais desejadas e revelou o muro histórico. E, ao organizar o comércio do lado oposto ao muro e próximo aos edifícios, uma sequencia de platôs unem os diferentes tipos de comercio, o de rua e dos térreos dos edifícios, numa espécie de galeria ao ar livre.
O desenho dessa grande escadaria é portanto, o resultado da organização dos usos; uma confortável escada contínua que permite uma caminhada rápida que se desdobra em uma sequencia de platôs que insinuam um caminhar mais lento.
Os materiais escolhidos são os mesmos encontrados em todo o Centro Histórico de Salvador, ou seja, pedra portuguesa no piso e granito maciço nas soleiras. Porém os cortes do granito, em grande parte curvos, foram feitos todos à laser. Uma maneira de expor o tempo do projeto através da técnica usada sobre um mesmo material do passado.