- Área: 2275 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:Lauro Rocha
Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma pequena floresta no limite urbano da cidade, pensada como um espaço de retiro, um lugar em que as pessoas possam estar em contato com a natureza e se sentirem confortáveis consigo mesmas. Aqui a natureza, a mata nativa existente no terreno tem papel equivalente ao da arquitetura construída e vice-versa. Como implantar o programa requisitado sem destruir o que está lá foi uma questão importante.
Os dormitórios (34 quartos no total) estão orientados no sentido norte-sul perpendiculares ao salão existente de modo que os quartos não tomem sol no fim da tarde e tenham vista para o pátio e a mata nativa. O refeitório foi pensado de forma que possa ser o mais arejado possível e ao mesmo tempo fechado quando preciso, para isso foram propostos portões basculantes com contra-pesos que possibilitam abertura total dos vãos. Tanto o refeitório como os quartos tem cobertura 2 águas, uma referência às construções que podem ser vista nas estradas da região, com estrutura reticulada bem marcada e um caráter tectônico presente. Por fim um muro e uma passagem coberta ‘‘fecham’’ o pátio, reforçando o caráter introspectivo e recluso do projeto, esse muro pode ser fechado e aberto dependendo do momento. O lugar por fim, se torna o mais recluso possível quando necessário, e também o mais aberto e expansivo quando for o caso.
A capela por natureza própria de seu uso é um espaço diferente das outras construções. Ela deve ter autonomia e beleza própria. Como fazer isso respeitando as outras construções para que ela não fique isolada, foi uma questão levantada.
Foram estabelecidas algumas premissas de projeto de modo a criar uma relação com o que já existe, essas premissas se apoiam em conceitos de adição e subtração, cheio e vazio, relações de oposição que tem por objetivo criar uma situação de equilíbrio. Se nas construções dos quartos, do refeitório, prevaleceu o aspecto tectônico com estruturas bem claras e marcadas, a capela por outro lado se aproxima do estereotômico.
A configuração dos quartos, refeitório, da casa e do salão, forma um pátio, um espaço vazio. Cheios em volta de um vazio. A capela ao contrário é o próprio vazio. Vazio que deve ser capaz de fazer o que as outras construções por si só não fazem.
As aberturas, foram pensadas de forma que a luz não incida diretamente sobre as pessoas, mas que garantam iluminação ao longo de todo dia na capela.
São 5 aberturas que remetem às cores da liturgia. Cada abertura terá um tipo de vitral diferente e será colocada em alturas diferentes, remetendo à forma de um espiral. Essas aberturas permitem tanto iluminação como ventilação da capela.
A capela se torna um instrumento literalmente tocado pela luz, sobre diferentes prismas de cores que variam conforme a mudança do dia, a natureza exterior e as estações do ano.