A Fundação Bissaya Barreto promoveu um concurso de ideias para o novo edifício da recepção do parque Portugal dos Pequenitos, convidando 25 jovens arquitetos, com obra construída, de todas as regiões de Portugal. Venceu o projeto do atelier SUBVERT STUDIO, eleito entre 11 propostas concorrentes.
O edifício remete às formas das velas das embarcações dos descobrimentos e reflete a diversidade e a vontade portuguesa de viajar e partir à descoberta. O novo edifício situa-se no extremo oposto à atual entrada e cumpre várias funções: bilheteira, salão para festas de aniversário, área para pista de gelo/ringue de patinagem, loja e espaço de restauração. Permite ainda ao visitante a visualização sobre toda a área do Portugal dos Pequenitos.
A área circundante de acesso ao edifício é beneficiada com espelhos de água e um percurso verde, alusivo à imagem de bosque e recuperando o desenho dos jardins clássicos, com recurso ao bucho, um elemento sempre presente na obra do Prof. Bissaya Barreto. O envidraçado permite, à medida que nos aproximamos, ver mais do interior do parque, numa crescente descoberta e aumento de expectativa.
Dos arquitetos: O ponto de partida conceptual do projeto é a própria base da cultura portuguesa – o percurso, a viagem e as descobertas. Tal como o parque convida a este percurso de submersão nas raízes portuguesas, intimamente ligadas ao mar, às descobertas que este possibilitou, identificamos como ponto central da proposta interpretar este conceito de viagem, através de um olhar contemporâneo. A curiosidade que é tão inerente ao povo português é transposta para este universo sem tempo nem escala, através do olhar de uma criança. Desta forma, o Portugal dos Pequenitos simboliza esta viagem de (auto)descoberta do património e essência portuguesa. É um mundo sensorial, símbolo das demais dicotomias, interiores e exteriores, de uma descoberta.
Uma máquina fora do tempo e de escala, as velas com vento sobre o mar instável, as próprias ondas do mar, um pássaro pronto a levantar voo, uma gare de encontros e desencontros ou a tenda que se levanta em acampamentos. Antecipando o universo criativo da criança, pretende-se um edifício que permita o despoletar de inúmeros processos de interpretação, onde poderá depositar empiricamente as suas memórias e criar novas e múltiplas associações. Esta interação e descoberta existe sobretudo através deste conceito de viagem.
Se o parque é uma viagem, o nosso edifício desenha-se estável na terra e lança-se com as velas ao vento. É ponto de partida e simultaneamente de regresso, espaço de expectativa, de transição, mas também de estadia, de encontros, e reencontros. O edifício remete para as formas náuticas das embarcações dos Descobrimentos, simboliza o mar e, reflecte a diversidade e a vontade portuguesa de não se ancorar à terra, de partir numa viagem.
Primeira fase de um projeto em etapas
O edifício da recepção é a primeira fase do projeto de expansão do Portugal dos Pequenitos, que inclui a construção de novos edifícios representativos do Portugal contemporâneo, novos recursos pedagógicos e uma remodelação ao nível de todo o parque, sobretudo ao nível de novas abordagens e conteúdos identitários da cultura de cada uma das regiões e países nele representado. O próximo passo a ser desenvolvido é a realização do estudo prévio do edifício da recepção, com a definição das especificidades técnicas e orçamentais e a respetiva aprovação pela Câmara Municipal.