- Área: 171 m²
- Ano: 2011
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Fotografias:Arménio Teixeira
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta intervenção localiza-se na aldeia de Espiunca, no concelho de Arouca, local privilegiado de retiro e descanso devido à paisagem natural envolvente. Situada junto à margem esquerda do Rio Paiva, a aldeia ainda hoje preserva as suas características de ruralidade, que a tornam especialmente interessante.
O terreno existente possui uma orografia acidentada, orientada a poente e é marcado por dois edifícios construídos a diferentes cotas, ambos em alvenaria de xisto e com coberturas tradicionais, semelhantes à restante construção da zona.
Com o objetivo de otimizar o potencial turístico de Espiunca, sem criar contrastes dramáticos na envolvente, desenvolveu-se a reabilitação e ampliação das construções existentes, adaptando-as às necessidades de habitabilidade e de conforto atuais. Deste modo, o antigo palheiro e habitação foram reabilitados e tranformados num alojamento de turismo rural.
Sendo que o projeto de reabilitação pretendia respeitar a imagem e volumetria original dos edifícios, foi necessário demolir todos os acrescentos posteriores à época da primeira construção, que não respeitavam o traçado da arquitetura tradicional. A intervenção efetuada pretende preservar a memória do antigo, integrando-o na paisagem, destacando-se a ampliação do edifício com um material leve e translúcido. Assim, as paredes exteriores existentes mantiveram-se em xisto aparelhado e, a nova intervenção, quis-se o mais translúcida possível, executada em caixilharia de ferro. Funcionalmente, os espaços mais antigos com paredes pesadas acabaram por acomodar as divisões da casa que pressupõem um maior grau de intimidade e a sala e a cozinha foram incorporadas no novo espaço que estabelece um diálogo intenso com o exterior.
Dadas as reduzidas dimensões do palheiro, este espaço foi transformado de modo a acomodar apenas um estúdio polivalente. Aqui, pretendeu-se que a intervenção preservasse integralmente o aspeto exterior do palheiro, conservando a sua imagem. Assim, as paredes exteriores existentes mantiveram-se em xisto aparelhado e a cobertura foi totalmente recuperada, quer no que diz respeito à técnica, quer aos materiais aplicados.
A sobreposição e fixação das peças de ardósia proporcionam um traçado rigoroso que potencia toda a capacidade estética do material. No interior, a grande transformação. Através da utilização da madeira de riga em todos os revestimentos, conseguiu-se um ambiente único e acolhedor, um miradouro sobre uma paisagem fantástica.