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Arquitetos: UNStudio
- Área: 21750 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Ronald Tilleman, Frank Hanswijk, Siebe Swart
Descrição enviada pela equipe de projeto. O novo Terminal de Transferência na estação central de Arnhem na Holanda foi completada e custou €37.5m (£27.6m).
A estação é o resultado de um projeto ambicioso de 20 anos - o plano diretor feito pelo UNStudio - para reconstruir a maior área da estação; o maior empreendimento pós-guerra em Arnhem. Respaldado pelo governo holandês, este centro de transferência volta a escrever o livro de regras sobre as estações de trem, além de ser o mais complexo em sua categoria na Europa.
A estação se transformará na nova "porta de entrada" da cidade, abarcando o espírito dos viajantes. Espera-se que ela faça de Arnhem um importante vínculo entre Alemanha, Holanda e Bélgica. O novo terminal conta com áreas comerciais e um centro de conferências, além de proporcionar ligações à praça de escritórios próximos, centro da cidade, estacionamento subterrâneo e o Parque Sonsbeek. A área de entorno da estação será transformada em um lugar propriamente dito, com 160 mil metros quadrados de escritórios, lojas e um complexo de cinema.
O Terminal de 21.750 metros quadrados conta com uma geometria dramática, com uma estrutura de cobertura torcida, o que permite luzes de até 60 metros de alcance na entrada do edifício. Tomando referências de uma garrafa de Klein, de superfície exterior e interior contínua, o UNStudio desconstruiu a distinção entre espaços internos e externos no projeto ao criar uma continuação da paisagem urbana dentro da sala de transferência, onde cobertura, paredes e pisos possuem transições fluidas entre si.
A estrutura da cobertura e do pilar torcido só foram possíveis no momento em que abandonou-se os métodos e materiais tradicionais de construção; um aço muito mais leve tomou o lugar do concreto - material originalmente destinado à estação - e construiu-se utilizando técnicas de construção de barcos em uma escala nunca antes empreendida.
A entrega de um projeto tão complexo e grande no prazo, dentro do orçamento, e sem compromisso de desenho exigiu coragem e determinação por parte do cliente, ProRail B.V. e dos arquitetos. Trata-se também do resultado de um esforço de colaboração excepcional pelas principais partes interessadas, ProRail, Contractor Combination Ballast Nedam - BAM, o Ministério de Infraestrutura e a Prefeitura de Arnhem.
O UNStudio iniciou o projeto geral em 1996 e completou seu primeiro croqui de desenho para o terminal no ano 2000. Após investigar intensamente fluxos de passageiros e modos de transporte, o escritório propôs que o novo edifício deveria ser ampliado para transformar-se em uma "máquina de transferência" que incorporasse toda a gama do transporte público, satisfazendo as demandas de deslocamento do século XXI.
Trabalhando com os engenheiros de estruturas Arup, produziu-se um espaço sem pilares, formando uma expressão arquitetônica projetada em torno das formas que as pessoas utilizarão intuitivamente o espaço. A estação funciona a nível internacional, nacional e regional, permitindo aos passageiros que se desloquem entre cidades de forma intuitiva e com facilidade. Este projeto faz parte de uma atualização dos trens de todo o país, que terá novas estações em Roterdão, Delft, Haya, Breda e Utreque.
"Arnhem Central já não é apenas uma estação de trem. Ela transformou-se em um centro de transferência. Queríamos dar um novo e vital impulso ao projeto da estação, já que ao invés de simplesmente projetar a estação ao redor das atividades e fluxos de pessoas já existentes, a arquitetura ampliada do novo terminal dirige e determina como as pessoas usam o espaço e como se movem ao redor do edifício.", disse Ben van Berkel, fundador e principal arquiteto do UNStudio.
"Para manter todas as partes interessadas a bordo e no caminho correto durante a longa viagem até o final, foi um verdadeiro desafio.", conta Karin van Helmond, gerente de projeto e desenvolvimento de estações da ProRail. "Nos últimos vinte anos, muitas coisas mudaram na economia, na tecnologia, na política e no entorno social. Ao focarmos nosso objetivo final, o edifício desta magnífica estação, conseguimos superar todos os contratempos e dos riscos, trabalhando em estreita colaboração foi possível atingir a plenitude desse projeto sem precedentes".
Integrando a paisagem naturalmente inclinada de Arnhem, o escritório UNStudio concebeu o terminal como uma fluida paisagem utilitária, composta de diferentes funções sobrepostas em quatro pavimentos sobre a terra e dois abaixo. O espaço chave é o salão principal de transferência, uma área de 5.355 m2 sobre uma cobertura dinâmica e ondulada.
No desenvolvimento do projeto, a prática utilizou-se de uma série de ferramentas estruturais conceituais para modelar a geometria da passagem do terminal, para abrigar as diferentes funções do programa. Estas incluem o uso de "paredes V", uma estrutura de concreto portante que absorve as diferenças nas malhas existentes e proporciona luz natural aos pavimentos abaixo do solo. Os espaços entre esses elementos formam, também, o acesso público a partir do estacionamento subterrâneo aos outros componentes.
Em 2001, o Arnhem Central conquistou a condição de um dos "Novos Projetos Chave" (estações com importância nacional) do governo holandês. Estas estações devem funcionar como catalisadores para a renovação urbana e o crescimento econômico. Se prevê que o novo terminal, que substitui uma estação de trem da década de 1950, facilitará o crescimento econômico ao permitir um aumento enorme do fluxo de passageiros diários à cidade de 110.000 passageiros por dia no ano de 2020.