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Arquitetos: Gonçalo Byrne Architects & Barbas Lopes Architects; Gonçalo Byrne, Patrícia Barbas, Diogo Seixas Lopes
- Área: 1600 m²
- Ano: 2008
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Fotografias:DMF
Descrição enviada pela equipe de projeto. Duas gerações diferentes de arquitetos portugueses se uniram para reconverter as ruínas de um teatro neoclássico em Lisboa, próximo ao zoológico da cidade. As ruínas do edifício foram cobertas por uma envoltória de concreto e estendidas em um pavilhão de vidro, formando um espaço multiuso para eventos e espetáculos.
O Teatro Thalia, inaugurado em 1843 como um local privado para o Conde de Farrobo. Está localizado nos arredores de Lisboa, frente ao palácio e jardins deste aristocrata. Como amante das artes, o Conde utilizava o Teatro para abrigar peças de teatro e de ópera além de festas extravagantes para diversão própria. Em 1862 o edifício foi tomado por um incêndio com todas as luxuosas decorações, quando o Conde de Farrobo perdeu sua fortuna e eventualmente morreu pobre.
Por quase 150 anos, o Teatro Thalia permaneceu em ruínas. Enquanto o entorno de Lisboa foi tomado por ocupações ao redor do teatro, o zoológico da cidade proporcionava um pano de fundo exótico à estrutura abandonada. Em 2008, o Ministério Português de Educação e Ciência encomendou um estudo para converter o Teatro em um espaço multiuso. Esta instituição está instalada no palácio em frente.
Para conter as antigas paredes do Teatro Thalia, o exterior foi totalmente coberto por uma envoltória de concreto pigmentado de terracota que forma um corpo massivo e monolítico. É composto dos volumes originais da plateia e palco, com 23 metros de altura. Dentro destes dois espaços vazios, as ruínas permaneceram intocadas em um espetáculo próprio. Alguns reparos mínimos criaram uma arena que pode ser ajustada para diferentes usos como exposições, concertos, festas e transmissões.
Uma estrutura adjacente térrea totalmente envidraçada abriga um programa adicional de recepção, serviços e cafeteria. A nova ala abriga o Teatro Thalia e possui a fachada para a movimentada rua próxima com uma superfície de vidro espelhado que reflete o entorno. A entrada é feita pelo foyer original, reconstruída no estilo neoclássico incluindo os frisos, no exterior, o pórtico frontal e esfinges de mármore foram restauradas.
As letras em bronze no tímpano da fachada principal soletram o lema de Thalia, a musa da comédia. A inscrição em latim original, Hic Mores Hominum Castigantur, foi colocada ali mais uma vez. Em outras palavras, "Aqui os atos dos homens serão castigados". O projeto para a reconversão do Teatro Thalia em Lisboa combina as peças antigas e novas do edifício em um conjunto urbano com vista para o jardim zoológico do entorno. Ela traz de volta a presença do passado, como um lugar para a fantasia, a imaginação e a vida cívica.