- Área: 500 m²
- Ano: 2015
-
Fotografias:Ricardo Gonçalves, Hugo Santos Silva
I say that he who, without betraying the constraints of the modern programme or materials, produces a work that seem to have always existed - that is, in a word, banal - may consider himself a man well satisfied .
August Perret
A propriedade, com 140 ha, situa-se nos arredores da vila da Azaruja, concelho de Évora. Apreende-se esta vasta planura através dos sobreiros e das pequenas construções que a pontuam, tornando-se deste modo perceptível e humana. É solicitada a recuperação e ampliação de uma construção agrícola com mais de cem anos, de modo a vir acomodar uma unidade de turismo rural.
São demolidos os excessos e os acrescentos incaracterísticos e inicia-se a procura da luz. A disposição programática procura seguir as linhas do território - informal e sem barreiras. Eliminam-se as fronteiras, transitando-se de espaço para espaço, onde interior e exterior, natural e naturalidade se fundem. De modo a não existirem interrupções nesta simbiose entre edifício e território colocam-se elementos a correr para o interior das paredes. Surgem quadros pelo interior e passagens pelo exterior.
O alpendre surge como momento de ligação entre dois elementos naturais - Palmeira e Figueira. Vindo do norte de África, o escaravelho-vermelho, entusiasmado, aniquila a Palmeira. O tempo dá-lhe razão. No meio da planura e da imensidão o alpendre toca-nos.