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Arquitetos: Belém Lima Arquitectos
- Área: 5000 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Cais de Bagaúste não tem chão. Suspende-se na água larga do rio Douro, ali entalado contra a estrada marginal, veloz, violenta. Acolhe o bulício da canoagem e do remo em duas casas perfeitas. A cafetaria e o armazém de canoas, são simultaneamente platônicas e um enigma. Devolvem o sol poente, no seu forro unicus em alumínio.
Mas aquele ruído mais jovem é disputado pela quietude da água, que agora acrescentamos em promenade extensa. Todos os sentidos são convocados na esplanada de sombras quentes ou sob o céu repetido em azul, dentro do bar... O comboio, na margem oposta, deixou de ser futurista... A casa das canoas poderá ser hotel de um único quarto, como ensinava Aldo Rossi.
Inventou-se o Cais de Bagaúste como um díptico imperfeito, onde as casas desalinhadas são o início e o fim... arquétipos por decks flutuantes ou rebocadas desde rampas maciças. Balneários escondem-se opacos no edifício-bar. As árvores espessas, já lá estavam, no baixo das encostas vinhateiras.
A terra firme foi confirmada com talude de pedras grandes, operado por um operário e uma máquina. A restante obra construiu-se desde a água, num atrevimento cuidadoso e sem fantasias.
A estrutura metálica dos edifícios foi recoberta por camadas sucessivas de painéis para isolamentos, impermeabilizações e finalmente compósitos de alumínio. Sem pregos ou parafusos que possam ceder à corrosão. A chuva desaparece por juntas de mínima abertura.