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Arquitetos: Martín Aloras; Martín Aloras
- Área: 1077 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Walter Salcedo
Descrição enviada pela equipe de projeto. O bairro Pichincha é um setor da cidade de Rosário de baixa densidade em pleno desenvolvimento e ótima localização geográfica. Este polo urbano é submetido a um novo Plano Urbano especial que leva o nome do bairro que, a fim de preservar sua escala e patrimônio urbanístico, restringe as alturas máximas das novas construções. Este controle no desenvolvimento imobiliário detém a construção de edifícios de moradia e o valor da mudança das propriedades se modifica sendo aniquiladas para usos que o novo ordenamento admite.
A proliferação dos locais gastronômicos e clubes noturnos altera imediatamente a fisionomia do bairro e outorga um caráter particularmente heterogêneo e também um futuro incerto.
Neste contexto, uma estrutura abandonada sobre uma garagem em uso, deve transformar-se em um edifício para aluguel, com a premissa de tirar o maior proveito da construção existente com um baixo orçamento. Refletindo a incerteza e heterogeneidade circundante propomos um edifício ambíguo e flexível aproveitando a possibilidade que nos dá a planta livre da estrutura existente.
Agregando um novo entrepiso e uma cobertura metálica aumentamos a superfície que nos permite a regulamentação e assim se conforma o esquema base-desenvolvimento-arremate, relacionando-os com a escala proposta pelo novo planejamento para este setor da cidade.
A construção existente de 8.66 m x 25 m era composta por cinco módulos estruturais paralelos à rua que, por meio de importantes vigas, encontravam-se livres de colunas na largura total do lote.
Liberando o módulo central, localizam-se ali as circulações verticais junto a um pátio que organiza, ventila e ilumina as unidades e os espaços comuns. O edifício está dividido em duas unidades por pavimento, em relação direta com o pátio central. A localização estratégica dos núcleos sanitários e de serviços em cada unidade permite que, através de simples operações, o espaço possa alojar diversos usos: à princípio, a planta livre é proposta para abrigar escritórios porém, interpretando a possibilidade de uma realidade econômica mutante, podem ser transformados em apartamentos de um dormitório através da colocação de divisórias e uma porta ou em um apartamento de dois dormitórios somando uma nova parede.
O caráter híbrido do edifício se reflete na fachada; uma 'caixa' que reinterpretando o plano diretor municipal, através de deslocamentos em todos seus sentidos, se desconstrói. Tais deslizamentos criam, desde o interior das unidades, diferentes relações com o exterior, fazendo com que cada setor possua uma situação particular.
O uso da chapa dobrada para conformar este fechamento é a continuidade da nova cobertura metálica no sentido vertical, que se perfura criando uma dualidade interior/exterior.
Na obra empregou-se uma paleta de materiais delimitada: vidro, concreto e chapa metálica, expondo-os tanto na fachada como nos espaços comuns, a fim de produzir um diálogo formal e material apelando para iluminação e qualidade espacial como valor agregado a construção.