No dia 14 de maio, durante a cerimônia de entrega de prêmios na Sede da Trienal de Arquitetura de Lisboa, David Monteiro foi anunciado como o vencedor do prêmio Archiprix Portugal 2016. Na cerimônia estiveram presentes os membros do júri, presidentes e representantes das instituições parceiras, representantes das universidades portuguesas assim como representantes das universidades portuguesas e entidades nacionais e internacionais do setor cultural.
David Monteiro destaca que em seu projeto “Da gênese do lugar ao projeto “ o lugar e a paisagem confundem-se incessantemente. Ambos são parte ativa de uma relação de simbiose, um não se pode desmembrar do outro, uma vez que os dois estão associados por imagens e por sentimentos que transportam quem os habita para um contexto singular, em que o lugar faz parte da paisagem e em que a paisagem não seria a mesma sem aquele lugar.
Situada entre dois dos maiores lagos da Finlândia central, a área de Pispala assume-se como um dos mais interessantes lugares da cidade de Tampere pela exclusividade da sua condição, que faz entrever dois lagos distintos, separados topograficamente por uma colina, o que constitui um acontecimento único no panorama da paisagem finlandesa.
Monteiro utilizou o programa como pretexto para um tema de projeto, definindo que a proposta deveria acolher e consequentemente ser concebida numa constante relação entre este e a envolvente. Assumiu que a definição comum de biblioteca, que habita os subconscientes das pessoas, deveria ser transcendida de forma a ser criada uma nova tensão, uma nova intensidade que transformasse o edifício em algo distinto.
O júri julgou o projeto “um belíssimo contraponto entre a arquitetura de intimidade e o horizonte ampliado da paisagem e do território”, declarando ser “surpreendente, com rasgo, bem concluído e com uma eficaz comunicação gráfica dos conteúdos.” Além disso, consideraram “muito interessante a exploração do objeto arquitetônico como um ícone e como singularidade volumétrica de inspiração modernista educada e provocativa, como é próprio desta corrente”.
“Da gênese do lugar ao projeto” se destacou dos demais, pois partindo de um programa relativamente convencional, o projeto desenvolve uma estratégia dialética relativa à forma como se relaciona com o contexto urbano, tanto a uma escala de proximidade como à escala do território de uma forma alargada. O desenvolvimento do edifício em altura, a partir de uma base que garante a continuidade de escala relativa à envolvente urbana, permite transformar a vivência dos vários espaços de trabalhos, particularmente da biblioteca, numa experiência surpreendente.
Além de conceder o Prêmio Archiprix Portugal à David Monteiro, na cerimônia também foram destacadas seis menções honrosas: David Delgado com “Forma e Quotidiano”, Miguel Cavaleiro com “Água sobre Água”, João Tobias com “Equipamento Cultural no Grilo”, Sara Lopes com “A Cidade e a Música”, Mariana Barreira com “Um projeto para um caminho” e Laurianne Ferreira com “O Antigo Matadouro do Porto”.
O Prêmio Archiprix Portugal reconhece anualmente os melhores trabalhos de fim de curso de mestrado apresentados nas áreas de Arquitetura, Urbanismo e Arquitetura Paisagista. O Archiprix é um prêmio de temática livre, puramente institucional e acadêmico que dá visibilidade à diversidade e qualidade acadêmica da mais jovem geração de arquitetos. O Archiprix destaca um conjunto de projetos que espelha os desafios e aspirações de cada participante, orientador e instituição de ensino do território português.