Localização
Parque Portugal - Av. Dr. Heitor Penteado, 1671 - Parque Taquaral, Campinas - SP, 13087-000, BrasilAutores
Arthur Lins, Caique Schatzmann, Eduardo Souza, Felipe Finger, Gustavo Fontes, Vitor SadowskiColaborador
David SadowskiConsultor
Rovy Pessoa FerreiraÁrea
1495.0 m2Ano do projeto
2016Fotografias
Cortesia de Coletivo Desterro
Apresentamos a seguir o projeto premiado com menção honrosa no Concurso Público Nacional de Arquitetura “Casa da Sustentabilidade”, de autoria do Coletivo Desterro - formado pelos arquitetos Arthur Lins, Caique Schatzmann, Eduardo Souza, Felipe Finger, Gustavo Fontes, e Vitor Sadowski. O concurso teve abrangência nacional e foi promovido pela Prefeitura do Município de Campinas, por meio da Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, com objetivo de selecionar propostas para a construção da “Casa da Sustentabilidade”.
Dos arquitetos: Um edifício parque. O espaço público permeia o privado, que se integra ao entorno do parque e da cidade reforçando os fluxos e os principais cones visuais. A experiência do percurso - de imersão gradual num vazio conformado pelos volumes programáticos - é a característica mais forte e marcante da edificação, que não se configura como marco na paisagem.
A sustentabilidade, que idealmente deveria estar arraigada às sociedades, vem distanciando-se da sua essência, configurando-se como uma prática a posteriori em produtos e projetos. O gesto projetual, entretanto, incorpora o sítio físico desde a sua concepção. Sem portas e limites visuais nas suas porções mais públicas, revela sutilmente o programa proposto.
Os volumes conformam espaços de convívio e enquadram os eixos visuais mais importantes. O eixo norte/sul articula diferentes pontos do parque e conforma um átrio central, que além de organizar os acessos, funciona como gradiente entre usos mais e menos reservados, conectando os espaços públicos - abertos, os semi-públicos e privados, que carecem de mais tranquilidade e acolhimento.
Uma grelha de madeira envolve toda a edificação, unificando-a visualmente através de uma envoltória permeável, protegendo o átrio concebido e fortalecendo o caráter de permanência. A concepção estrutural permite flexibilidade programática e liberdade para utilização dos distintos espaços.
O auditório, por sua vez, rompe a ortogonalidade da estrutura e extravasa a modulação e a própria grelha estrutural da cobertura, com o intuito de fortalecer a conexão com o parque, maximizada através da abertura do palco à praça de acesso que se integra à pista de patinação. Sobre a grelha, um mirante permite vislumbrar o contraste entre o verde e a paisagem urbana.
O programa é disposto em quatro blocos principais atendendo a orientação solar mais adequada para cada uso. O setor administrativo, onde se encontram os ambientes de maior permanência, está voltado para a orientação norte. O setor de exposições, espaço transitório, está à leste. O volume de serviços, à oeste, se apropria da massa vegetal preexistente para garantir sombreamento seletivo.
Os materiais foram definidos conforme as funções que desempenham. Para o embasamento dos volumes, o muro de arrimo com pedras basálticas recebe os esforços de compressão. A cobertura em grelha de madeira laminada colada confere leveza ao conjunto, além de liberar os espaços térreos. As estruturas verticais, no mesmo material, funcionam em conjunto com os tirantes metálicos, atuando nos esforços de compressão e tração, respectivamente.
Propõe-se as vedações externas leves em painéis compostos de madeira, enquanto as internas em painéis de tela metálica e adobe, para garantir o conforto térmico da edificação.