- Área: 700 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Amit Geron
Este duplex está nos dois últimos pavimentos de uma torre de luxo em Tel Aviv. Sua organização refinada está disposta ao redor do núcleo do edifício, contendo quatro anéis principais: o envoltório do núcleo do edifício, corredores de circulação, espaços internos e os limites externos do edifício.
O núcleo é envolvido por um anel de grande capacidade que congrega em seu interior uma série de espaços de armazenamento, alguns deles expostos e outros ocultos abaixo da cobertura de metal e madeira enegrecida. Dois materiais, que são de universos diferentes, combinados para criar uma separação grande e funcional em relação ao terraço de granito escuro subjacente. Estes três materiais enfatizam a execução de um desenho limpo e conformam uma síntese visual construída por unidades e descontinuidades inesperadas.
Esta estrutura de três materiais entra em consonância com os trabalhos de desenho de interiores da década de 1950, que enfatizam a qualidade funcional do projeto através da execução da arquitetura ao mesmo tempo que cobrem uma série de espaços ocultos dentro dos planos limpos de suas paredes. A estrutura gera um sentido de harmonia integral com todo o desenho da residência, incluindo os sub-espaços feitos à mão por uma seleção de móveis e carpintaria.
O envoltório do núcleo introduz indiretamente um movimento cíclico que segue ao pavimento superior por meio de uma escada de metal que confere ao espaço uma sensação de "visita ao museu" com obras de arte do proprietário da casa, que vão desde pinturas e livros, a artigos de mobiliário projetados para evocar esse mesmo sentido de exposição pretendido.
A disposição dos espaços públicos cria uma cadeia de movimentos na separação espacial entre uma parte e outra, ditada pelo esquema quadrado do edifício, o que produz uma sensação amplificada de visita a salas de museu, dividido em diferentes segmentos, com frente a várias direções como tal, cada uma inundada pelas diferentes luzes e pelas paisagens urbanas em constante transformação.
O pavimento do terraço realça ainda mais a sensação de um espaço de museu unificado e inspirado por grandes divisões que desconstroem as separações do espaço e expõem todo o projeto como a execução das divisões criadas, livremente restringidas dentro de um espaço aberto. Da mesma forma, a entrada está recolhida por uma grande e flutuante separação metálica, que cria uma outra expressão desse desenho.
O revestimento externo do edifício caracteriza-se por uma sequência de janelas, com frente a uma variada vista urbana. Tal vista da cidade se transforma em uma parte da riqueza dos detalhes artísticos e constitui um exposição mutável por si própria, transformando-se conforme as horas do dia e as estações do ano.
Dessa forma, o projeto configura-se de forma complexa, uma vez que se rompem e distanciam de seu núcleo, comprimido e unido nos espaços internos e em harmonia com o entorno urbano. A coleção de arte, artigos de mobiliário e iluminação do proprietário da residência, criam uma intimidade de conduz a um contexto urbano e mundial.