- Área: 8079 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Stefano Graziani, Walter Mair
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Fabricantes: INCHFURNITURE, Jegen AG, Silatec
Descrição enviada pela equipe de projeto. O novo edifício do Kunstmuseum da Basileia redefine uma importante localização no coração da cidade. Como um lugar para exibição e preservação da arte e também eventos, o edifício representa tanto um novo ponto de partida quanto a continuidade.
O novo e ampliado museu consiste de dois edifícios que, juntos, constituem uma presença unificada no espaço urbano. Eles estão comunicados diretamente um com o outro, pelo subsolo, a partir da rua que passa entre eles. A linha do telhado do novo edifício está alinhado com o da estrutura existente, portanto, o novo edifício encontra o existente num mesmo nível; a nova entrada direciona o olhar para a arcada do edifício principal, que, por sua vez, desfruta de uma excelente vista da nova fachada. A esquina invertida no novo edifício é uma responsa simbólica à antiga, mas não menos distintiva, esquina saliente do antigo Kunstmuseum. Ao mesmo tempo, a fachada é um gesto de boas vindas, um convite. Ela emoldura o cruzamento, efetivamente o transformando em seu próprio pátio.
Cada pavimento do novo edifício tem duas áreas de exibição conectadas verticalmente por uma monumental escada central. Em conjunto com as áreas de foyer, a escada descreve uma imagem livre e expressiva no espaço iluminado de cima por uma grande claraboia redonda. Já as galerias são estruturadas por ângulos retos. Os ambientes variam bastante em tamanho, que vão desde um gabinete a um grande hall. Em média, as galerias do novo edifício são bem maiores e, portanto, mais flexíveis que àquelas da antiga edificação, embora ainda atendam às expectativas clássicas de como espaços de museu devem ser: serenos e contidos, com agradáveis proporções, e feitos de materiais atemporais. Estes são espaços permitem que a arte seja o centro das atenções.
Os ambientes tem uma presença física marcante. Os elementos que os definem são componentes claramente articulados; juntos, eles geram uma tectônica que maximiza o efeito da arquitetura como um todo. As galerias apresentam um piso industrial de parquet feito de tiras de carvalho coladas diretamente no contrapiso e fixadas com cimento-madeira. A parede estrutural feita de concreto cinza é similarmente explícita, assim como o batente de portas e janelas. Visível de frente, mas afastada nas bordas, a sólida parede de gesso acartonado de dez centímetros serve como substrato e pano de fundo para as pinturas. Como elementos estruturais expostos, os reforços de concreto pré-fabricados jateados cobrem o vão das galerias e expõem a relação de carga entre paredes e teto. Eles não só compartilham com o teto a sua própria estrutura específica, mas também dão direção ao espaço abaixo.
No foyer, o piso de mármore e o revestimento das paredes em aço galvanizado se juntam numa estética que é expressiva ao mesmo tempo pela diferença e pela harmonia. A combinação incomum de dois materiais de conotações radicalmente diferentes gera o caráter distintivo e inconfundível do nosso prédio, em que a tecnologia contemporânea é usada para implementar as leis atemporais da arquitetura.
A conexão entre o edifício principal e o novo por baixo da rua não é apenas uma passagem subterrânea, mas também um conjunto de grandes espaços abertos que levam até um generoso espaço formado pelo foyer, galeria, palco, espaço experimental, auditório e sala de eventos. Aqui começa a escadaria central do novo edifício, que ecoa características do edifício principal: mármore de Carrara na cor cinza e com veios Bardiglio no piso e gesso irregular em um tom mais frio de cinza nas paredes.
As fachadas são paredes de tijolos cinzas que exalam o ar atemporal e arcaico de uma antiga ruína. Elas foram projetadas para ser autoportantes e monolíticas, tendo sua horizontalidade enfatizada com tijolos alongados de apenas quatro centímetros de altura. O padrão marcante de sombras projetadas pelas camadas alternadamente salientes e recuadas aumenta essa impressão. Assim como as fachadas do edifício principal, as do novo edifício flertam com a tríade padrão da arquitetura clássica: base, fuste e capitel. Esta ordem é visualizada através de diferentes tonalidades de cinza na alvenaria, bem como um friso executado como um relevo delicado.
O friso, na sua forma arquetípica, sempre foi parte dos tradicionais cânones da arquitetura, mas a forma que assume aqui, representa algo completamente novo: tiras de LEDs nas ranhuras dos blocos iluminam as cavidades entre os tijolos, derramando uma luz indireta para o adjacente espaço urbano. O resultado é um efeito visual estimulante quando a alvenaria de aparência arcaica começa a reluzir, ou, em uma configuração de menor potência, a brilhar.
Portanto, enquanto o novo edifício de fato fala a mesma linguagem do existente, a história que conta é diferente e nova. Nós o entendemos não como uma repetição nem como um cópia do edifício principal, mas sim como uma edificação enfaticamente contemporânea, voltada para o futuro e capaz de acomodar completamente novas formas de arte e o engajamento com elas.