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Arquitetos: Tato Architects
- Área: 50 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Shinkenchiku Sha
Abstração dinâmica
É difícil lidar com elementos arquitetônicos, como escadas e corrimãos, que não tem relação direta com a composição arquitetônica principal.
Pode ser que seja minha percepção, mas creio que o espaço arquitetônico gradualmente se torna estático quando elementos aditivos são reduzidos para serem percebidos como 'abstratos'. Isso também se aplica nas várias atividades humanas, quando a redução dos objetos parecem negá-los.
No projeto busco destacar a composição arquitetônica, como a relação entre lajes, mas ao mesmo tempo elementos secundários também se tornam uma questão ativa.
Minha questão era descobrir se seria possível criar um espaço com uma qualidade de, por assim dizer, abstração dinâmica. Permitindo que o espaço acomode melhor o usuário ao fazer com que as atividades e os objetos funcionem como um todo, ao mesmo tempo que tais objetos pareçam estar flutuando no local.
Tendo um lote vizinho residual não construído e triangular, e uma área agrícola do outro lado da rua, o terreno era relativamente aberto. O cliente solicitou uma casa na qual eles pudessem viver confortavelmente, com sua privacidade protegida.
O terreno é estreito e comprido, com forma irregular e inclinado. A área possuía restrições pela estrita regulamentação de afastamentos de paredes adjacentes e de sombreamento. Dentro destes limites, decidimos pensar em como mitigar o efeito destas normas e estreitar o terreno através da implementação de beirais e plataformas niveladas para estender os limites da residência.
O volume resultou em dois pavimentos acima do chão e um pavimento subsolo. A parte acima do solo foi cortada em sete camadas, deslocada, empilhada e eliminada para criar uma aparência plissada do exterior. Esta manipulação é semelhante à Casa em Matsunoki, que estava sendo projetada aproximadamente no mesmo período.
Na Casa de Matsunoki, materiais diferentes foram utilizados para articular os espaços, mas nesta residência, todos são revestidos com FRPso branco, que permite maior profundidade no plissado exterior. Desta forma, nós tentamos fazer relação com o espaço externo e, ao mesmo tempo, proteger o interior.
Os volumes deslocados funcionam como varandas, beirais e janelas para o exterior, enquanto as diferenças de nível se convertem em espaços para mesas, patamares e prateleiras para o interior. As janelas criadas enquadram a visão de arbustos e telhados da vizinhança.
Desta forma, buscamos atingir uma abstração dinâmica, na qual o projeto arquitetônico, as propriedades dos moradores, a paisagem circundante e os volumes empilhados deslocados funcionam como uma coisa só.