A Fundação de Serralves, o CCA de Montréal e a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, receberão a partir deste ano uma parte considerável do arquivo de Álvaro Siza, um dos arquitetos portugueses mais prestigiados internacionalmente e autor do projeto do Museu de Arte Contemporânea de Serralves.
Neste contexto, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta uma exposição que enfatiza a importância dos materiais de arquivo no estudo da arquitetura, reunindo desenhos, maquetas, cartas e atas de reuniões relativos à concepção e construção de algumas obras icônicas do arquiteto.
O arquivo profissional de Álvaro Siza, que reúne materiais de trabalho que o arquiteto produziu para conceber e construir obras marcantes, é uma verdadeira fonte de conhecimento. Esta exposição revela o uso incessante do desenho como instrumento de trabalho privilegiado, pela prefiguração das formas e dos espaços através do esquisso e do desenho técnico num processo de aproximação sucessiva ao resultado ambicionado.
Mas um arquivo é mais do que um conjunto de desenhos. A mostra integra por isso a correspondência com os clientes, o registo fotográfico dos lugares expectantes pelas obras, as relações com entidades reguladoras e os pareceres dos múltiplos atores intervenientes nos processos de construção, as maquetas que apoiam a percepção das propostas, os autos de reuniões e relatos das tensões nos estaleiros das obras – documentos que registam uma infinidade de episódios invisíveis na obra construída. Esta exposição pretende mostrar que o arquivo documental que agora se oferece à consulta pública na Biblioteca do Museu de Serralves é um manancial de informação que permitirá partilhar e redescobrir o valor inestimável do trabalho de Álvaro Siza.
A exposição, intitulada "Matéria Prima: Um olhar sobre o arquivo de Álvaro Siza", é organizada pelo Museu de Arte Contemporânea de Serralves e tem curadoria de André Tavares. A abertura da exposição acontece no dia 15 de junho, às 18h.