- Área: 1600 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Cátia Pimentel
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Fabricantes: GIRA, Jansen, Robbialac, Robbialac, Sonae Industria, Gira, Secil, Jansen, Secil, Sonae Industria
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto localiza-se no centro da cidade do Porto. A área de intervenção era, no passado, composta por duas edificações do início do séc. XX com um jardim interior.
Objetivos do cliente: mudança da sua sede para umas instalações maiores e mais modernas e uma relação mais aberta com os seus membros e a cidade.
Objetivos do projeto: conservação do patrimônio edificado existente e dinamização do logradouro.
Em função do estado de conservação das edificações e das necessidades do cliente, foram estabelecidos três princípios de intervenção distintos: conservação/restauro, reabilitação e construção.
Os edifícios existentes apresentavam estados de conservação completamente distintos. O que apresentava melhores condições, preservando a elevada qualidade dos seus elementos arquitetônicos e decorativos, foi restaurado. Dos elementos arquitetônicos destacam-se os estuques decorativos em paredes e tetos, as superfícies policromáticas das paredes (escaiola) e tetos, e as carpintarias (lambrins, esquadrias, guarnições interiores, portadas, guarda-corpos dos lanços da caixa de escadas).
Das operações de conservação e restauro destacam-se a dessalinização de superfícies, aplicação de argamassas de reintegração, colmatação de lacunas em tectos, tratamento de fissuras e retoques de estuques decorativos, consolidação e restauro de carpintarias
O que apresentava elevado estado de degradação, com a maioria dos seus elementos arquitetônicos e decorativos destruídos, foi alvo de uma reabilitação profunda, embora haja um espaço que foi possível ser conservado e restaurado. Em contraste com o edifício restaurado, no edifício reabilitado a intervenção é assumidamente contemporânea. No entanto, a configuração espacial original foi respeitada. A contemporaneidade da intervenção manifesta-se na linguagem mais simplificada e depurada dos elementos arquitetônicos e decorativos.
A ventilação e climatização dos espaços interiores dos edifícios existentes foram resolvidas através da introdução dos equipamentos no mobiliário, desenhado de forma elementar e discreta em contraste com a exuberância decorativa dos elementos arquitetônicos existentes.
A introdução e organização do programa exigido para a nova utilização foram condicionados pelos espaços interiores dos edifícios existentes. Assim sendo, foi necessário executar uma construção nova que fosse capaz de albergar os espaços com maiores dimensões. Essa edificação ocupa o interior do quarteirão, funcionando como elemento de recepção dos visitantes. O interior do quarteirão funciona como pátio de chegada, onde está implantada a livraria e a cafetaria. O objetivo é que a nova edificação, embora no interior do lote, assuma um carácter mais público e aberto para a cidade.
O edifício novo tem uma linguagem mais abstrata e uma volumetria mais reduzida para que os valores históricos e artísticos das edificações existentes sejam reforçados.
Através da nova edificação todos os espaços comunicam internamente. A hierarquia dos espaços foi determinada pela localização dos espaços mais públicos no edifício novo e os espaços semipúblicos e privados nos edifícios existentes.