- Área: 1000 m²
- Ano: 2009
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Fotografias:Anton Grassl
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto é uma obra para as instalações comerciais de um grupo de investidores que utilizou técnicas de construção ecológicas e tecnologias de energia limpa (CChange). O desenho surge da nossa escultura 'A sombra de Ledoux' (1993) e da Galerie Miran (2003), em que propomos a construção de todos os elementos interiores com tábuas de abeto oriundas de cultivos sustentáveis e utilizando máquinas de comando numérico: a fim de priorizar recursos de carbono renováveis.
O projeto compreende essencialmente duas plantas - o térreo e a cobertura, os quais se articulam como superfícies contínuas por meio da sua função. A curvatura expressa tanto a gênesis digital quanto a lógica de fabricação sem costuras, com o arquiteto proporcionando arquivos mecanizados reais para o fabricante. Na medida do possível, o ethos era substituir componentes industriais típicos (como grades, maçanetas, etc.) por objetos elaborados em madeira, oferecendo um protocolo radicalmente simplificado para a entrega de um interior muito bem elaborado.
A intenção era oferecer uma emissão de carbono reduzida, enquanto se celebra uma nova virtuosidade formal e um nível de detalhe e fineza. Efetivamente, isto permite ao arquiteto personalizar completamente todos os elementos do edifício, colocando o material no espaço com controle autoral completo (pela primeira vez desde que os componentes industriais se padronizaram). Com exceção dos irrigadores, das luzes, vidro e dobradiças, a essência da arquitetura interior se deu através desta lógica material de fabricação unitária.
O desenho inicial compreendeu o potencial do controle plástico na definição espacial e dos detalhes permitidos dentro de um entorno totalmente CAD-CAM. O cliente exigiu que as cadeiras de trabalho fossem compradas prontas por razões de responsabilidade, porém, todas as estantes, escritórios, bancos, unidades de armazenamento, etc. foram fabricados individualmente em plylam através do mesmo método. Finalmente, idealizamos algoritmos automatizados para criar arquivos de fresagem, passando do desenho para a fabricação com alta tolerância e baixa margem de erro.
O desenho foi desenvolvido parametricamente na celebração da complexidade formal da máquina CNC. Todo o projeto está pautado em 1200 chapas de madeira compensada de 1,2m X 3,6m e é fresado com um pequeno router CNC de 3 eixos, que talhou sem esforço as camadas, de acordo com as nossas trajetórias prescritas na ferramenta. Foram emitidos mais de trezentos mil metros lineares de chapas cortadas, entretanto, o processo maquinário foi essencialmente livre de erros, com alta precisão. A montagem foi relativamente simples dada a exatidão da máquina, possibilitando elegantes formas emergentes.
O projeto foi elaborado até o mínimo detalhe, como a grade de ventilação para as caixas do ar-condicionado que está flexionada para proporcionar uma maçaneta para abrir a porta; ou o fresado de superfícies personalizadas para cada escritório; até mesmo as maçanetas das portas foram talhadas como elementos personalizados, resultando mais baratas que o próprio aço inoxidável. Estamos nos encaminhando à coerência formal nas escalas macro e micro de tal maneira que uma inflexão na cobertura se estendeu até o bancos e foi levada até as linhas sinuosas das maçanetas das portas.
Necessidades funcionais, tais como as grades de ventilação e envoltórios para as brilhantes luzes LED, conferiram um detalhe delicado na cobertura; enquanto os elementos pontuais como a mesa de conferências ou as estações de trabalho dos diretores foram plasticamente formadas para permitir saídas elétricas da coluna, e foram embelezados de acordo aos parâmetros de 'tensão' e 'ironia'. Literalmente, a substância material de cada espaço foi matizada segundo o caráter e estado de ânimo de cada cliente durante o período de fabricação.
Resumo
Utilizou-se majoritariamente chapas de madeira compensada feitas de abeto finlandês, proveniente de florestas sustentáveis, utilizando para sua conexão, cola a base de água atóxica. O projeto de 1000 m2 é estabelecido por 1200 chapas de 1,2m X 3,6m e 0,4m de espessura, trabalhadas localmente por uma sola de fresagem de 3 eixos. O escritório de arquitetura dECOI proporcionou os elementos ideais para a construção (mais de 300 mil metros lineares de madeira), sem a utilização de plantas ou cortes, somente os arquivos de instrução 3D. O desperdício foi de aproximadamente 10% sendo convertido em celulose e posteriormente reutilizado.