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Arquitetos: Peter Dürschinger, René Rissland
- Área: 290 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Simone Ottinger
Descrição enviada pela equipe de projeto. O município de Wilhermsdorf está localizado a oeste de Nuremberg, nas imediações do Parque Natural Frankenhoehe. O terreno está situado na borda de um típico loteamento familiar alemão e impressiona por sua encosta orientada para sul.
A planta do empreendimento consiste em um edifício de pavimento único, com telhado de duas águas. O cliente e o arquiteto aproveitaram todo o potencial das normas e reinterpretaram-nas em seu favor. O resultado é uma casa que se integra bem ao contexto, apesar de sua aparência individual.
O edifício se apóia numa base que contém a garagem e sala de máquinas. Este embasamento suporta o pavimento térreo de vidro, que na verdade é classificado como segundo subsolo. Acima dele paira um cuboide preto com um telhado de duas águas ligeiramente inclinado.
O piso envidraçado é a entrada principal da casa. Cozinha e sala de jantar estão alinhadas ao terraço, de onde é possível vislumbrar todo o vale. Uma unidade de dois quartos está disposta na parte de trás do edifício que toca a encosta. A unidade pode ser usada tanto como um escritório como um apartamento separado.
Uma parede de concreto se constitui como o elemento central em todos os pisos da casa, conectados por uma escada em ziguezague, também em concreto. A superfície dos degraus são revestidos intercaladamente por pranchas de carvalho e concreto, compondo tons quentes e frios. A malha de aço serve como proteção contra quedas.
As áreas de estar e dormitórios estão localizados no andar de cima. Uma pequena galeria se localiza entre a sala de jantar no piso térreo e área de estar acima. O espaço vazio é coberto por uma rede de proteção branca, que é usada como uma rede gigante - o playground preferido para a filha pequena e seus amigos.
O princípio de zoneamento semipermeável também foi aplicado entre banheiro e quarto. A parede curva de tijolos de vidro vislumbra vagamente a área de banho da suíte dos pais, instigando a curiosidade de quem passa.
Na sala de estar há uma enorme janela para sentar e relaxar. Ela possibilita uma vista ampla sobre a paisagem natural circundante e sobre o mar de telhados do centro histórico da cidade.
A projeção do telhado foi coberta com tecnologia tradicional de concreto com placas de madeira. A textura do concreto se reflete no padrão de largura e das juntas nas tábuas de carvalho no nível superior.
A fachada exterior do piso superior é coberta com lariço carbonizado. A camada de carbono preto cintilante protege a madeira de parasitas e das intempéries. Ela se configura como uma alternativa inteligente para os agentes convencionais de proteção da madeira. O método de pirólise de madeira, emprestado dos japoneses (Yakisugi), foi refinado e otimizado por uma empresa especializada do norte da Alemanha. Portanto, a quantidade necessária de madeira queimada pode ser produzida em um curto período de tempo.
A fachada preta cintilante se integra bem à paisagem, tanto no verão quanto no inverno. Molduras de metal verde amarelo acentuam a fachada, enfatizam janelas individuais e conectam outras.
Mesmo quando antigo, o edifício deve atender às demandas das necessidades dos residentes. Assim, e apesar de sua localização na encosta, a casa é construída inteiramente sem barreiras. Todos os pavimentos são acessados por um elevador central. O layout, com sua divisibilidade flexível de unidades, permite uma utilização ou adaptação para as diversas gerações e com uso orientado para a demanda.
A fonte de energia do edifício é geotérmica, auxiliada por painéis solares no telhado. Assim, a casa possui autonomia dos fornecedores de energia e das flutuações nos preços de petróleo e gás.