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Arquitetos: MaO architectes, Tectône
- Área: 158 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Arnaud Schelstraete, Luc Boegly
Residência Cooperativa
Em direção a um novo tipo de moradia participativa na qual os usos compartilhados, o projeto tem sua origem na metodologia experimental de desenho em conjunto com os futuros habitantes do edifício. Esta obra é o primeiro experimento contemporâneo de moradia social participativa na França. Portanto, a noção de participação e o uso dos futuros residentes são levados em conta desde o início do projeto. No contexto do nosso denso entorno urbano, a questão de compartilhar e participar na escala de um edifício (entradas, jardins, passarelas, sala comum, etc.) dentro de um bairro é crucial para a criação de entornos nos quais viver junto oferece uma maior qualidade espacial.
Inserção Urbana
Situado no tecido urbano existente, unindo-se à ZAC (zona de desenvolvimento misto) que está em construção, o projeto sugere um edifício com uma envolvente de pé-direito duplo, em contato com moradias unifamiliares de até 4 pavimentos, para assim proporcionar uma suave transição entre ambos tipos de urbanização.
O projeto construtivo é composto por dois edifícios conectados por uma ponte pedonal que serve a todas as moradias no pavimento superior. Este desenho proporciona moradias com generosa iluminação natural e aumenta o número de aspectos possíveis.
No térreo, as áreas comuns (salão multiuso, cozinha, lavanderia, ateliê de bricolagem, bicicletário, etc.) abrem-se a uma horta coletiva. Aqui, mais do que em outros lugares, os espaços ao ar livre contribuem para a convivência e interação entre os habitantes. O projeto é resultado de uma estreita colaboração entre quinze famílias que se uniram para formar uma associação oferecendo quinze moradias únicas que satisfazem os requisitos de cada uma. A moradia é composta por acessos individuais, como qualquer casa. Todas as moradias são entrelaçadas e se beneficiam de considerável envidraçamento.
Jardim e Iluminação Natural
O jardim não é somente um jardim de flores visualmente estimulante. É, principalmente, uma área a ser compartilhada, criando a interação social entre os residentes, um dos diversos espaços comuns localizados no térreo (sala comum com cozinha compartilhada de 60 m2, um ateliê de bricolagem, bicicletário coberto, hortas e um terraço comum). Os edifícios estão direcionados principalmente ao sul, leste e oeste, otimizando o ganho de luz solar.
Ao sul e a oeste as fachadas são perfuradas com aberturas grandes, criando uma espécie de galeria que contribui para o ganho de calor passivo no inverno e para manter o conforto térmico no verão. O princípio da fachada, que compreende a celebração das grandes molduras das janelas, persianas e varandas, é racional e pode se adaptar para criar uma variedade de modelos. Isto mantem a ordem dos espaços públicos, enquanto cria variações em função dos usos interiores das moradias.
Passarela e acessos: uma conexão simbólica
A passarela é um lugar que simboliza a conexão entre os dois edifícios. Esta passarela é uma das fortes características do projeto, já que, domina o jardim e a sala comum, o que permite aos residentes interagir de uma maneira muito natural. Os acessos estão desenhados como espaços de convivência de grande tamanho, áreas onde os residentes podem se reunir e desfrutar do seu uso.
Uso de materiais sustentáveis e recicláveis
O projeto é construído utilizando espessos tijolos térmicos (25cm) e uma estrutura de madeira laminada e zinco natural para a cobertura. A carpintaria exterior é de madeira pintada e laqueada nas portas de correr. As varandas são de aço galvanizado e estão compostas por finos tubos soldados com uma base conformada por uma placa galvanizada.