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Arquitetos: Philippe Fichet Architectes
- Área: 1300 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Philippe Ruault
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Fabricantes: Boulfray, Clim MA, Duval métalu, Fourignault ELYSSA, Guerin, Isoplaque, Mellier, Metallerie Fertoise, Sc, Soprema, TARAULT
Descrição enviada pela equipe de projeto. O local afirma sua liberdade e parece livre da cidade, definido somente por água e árvores que cristalizam a história neste mesmo terreno. Nada resiste a esta característica geográfica. Lá, uma passagem muito viva, uma ponte, e mais além - a fronteira interior da cidade, aquela de ligações e conexões.
Localizado a leste, em Ferté Bernard, na área de Sartre, a biblioteca de multimídia Jean d'Ormesson está situada numa área urbana densa, no coração da cidade. O lote de 1800m² está localizado na borda da cidade antiga e do rio que a rodeia.
Em frente à cidade velha, o centro de atividades ao ar livre e a principal via de acesso se reúnem para impulsionar o ciclo vizinho de movimento contínuo. Ambos quebram a ligação com o grande volume d'água. A biblioteca de multimídia é um objeto delicado, dramatizado por uma névoa sutil que vem do chão e transforma o pátio em um grande espelho d'água que lembra a água circundante.
Uso
O programa nasce do encontro de dois usos: uma biblioteca de jogos e a própria biblioteca de multimídia. A abordagem que oferecemos em relação à interação do projeto com seu ambiente é a de considerar sua localização na margem da cidade antiga e reconhecer sua energia cultural como meio de abertura e de modernidade para o exterior.
A acumulação de volumes permite conectar a biblioteca de jogos e de multimídia como universos paralelos. O envelope do edifício está atrelado a sua própria finalidade, ordenado com texturas, textos e sinalizações, contrastando com reflexões e tons claros.
Funcionalidade resulta num volume fluido simples, diretamente conectando o programa e os procedimentos obrigatórios de uso. Esta abordagem permite uma integração coerente e uma paisagem homogênea dos arredores. O piso superior cria um sinal, e um ponto de abrigo através da qual se pode acessar o interior. A relação com vielas de pedestres é fortemente enfatizada, uma vez que seu papel de conectar pontos de passagem entre os bairros é essencial.
Do interior, os pólos se desenvolvem em um desenho central, em que os usuários podem circular em um movimento flexível e suave. Mover-se é possível e fácil, pois acontece de forma concêntrica. Movimentos são intercalados com balcões espalhados para estimular o diálogo sobre a série cultural oferecida pela equipe da biblioteca de multimídia.
Materiais
O edifício é um reflexo do seu ambiente. É uma reação direta aos fluxos de energia do terreno. A fachada constrói reflexões que desaparecem por trás do primeiro plano. São espalhados sinais que funcionam como marcadores de página. Totalmente coberta com placas de PMMA e com leves toques de aço inoxidável, as peças frontais agem como um espelho desfocado através do qual podemos perceber a profundidade das camadas.
A fachada atua como uma abertura animada para a biblioteca de jogos e de multimídia, e protege o interior contra o calor e o brilho excessivo. Blocos transparentes de plástico e quadros delgados abertos permitem numerosas vistas amplas e diretas.
Suas reflexões e conexão direta com a cidade e com as diversas paisagens nas proximidades ligam a biblioteca de multimídia a seus arredores. Além disso, a lembrança de uma analogia ou de um reflexo incompleto está presente em todo o projeto e atua como um elo que reforça sua coesão. Pequenos blocos ondulados contribuem para o movimento induzido pelo material, e a desfocam o limite entre o projeto e seu próprio reflexo.