As casas gêmeas de Diego Rivera e Frida Kahlo, atual sede do Museu Casa Estúdio, foram encomendadas em 1931 para o jovem arquiteto e amigo da família, Juan O'Gorman. Esta importante obra foi uma das primeiras construções funcionalistas da América Latina, incorporando o estilo orgânico mexicano de maneira muito natural. O conjunto abrange uma casa para Frida e outra para Diego, com um estúdio em cada uma delas.
O volume incorpora muitos dos pontos de Le Corbusier, tendo sido um início para o rompimento com a tradicional arquitetura mexicana de até então.
O'Gorman, muito amigo de Diego Rivera, comprou dois terrenos, que, ao mostrá-los a Diego deixou-o atônito, pois haviam sido comprados a um preço muito baixo. Diego pediu que construísse ali uma casa estúdio para ele e encomendou uma casa a sua mulher, Frida Kahlo.
O casal Rivera e Kahlo chegou à residência em janeiro de 1934, ano em que regressaram ao México, após viverem durante três anos nos Estados Unidos. Nesse espaço, sede da coleção de Rivera, de Judas e Calaveras, de arte pré-histórica e artesanatos mexicanos, Frida consolidou-se como pintora executou em seu estúdio obras como "Lo que el agua me dio", "El ojo avizor", "El difunto Dimas" e "Las dos Fridas", entre outras notáveis pinturas. Seu marido, por sua vez, pintou cerca de três mil quadros no estúdio.
O muralista permaneceu na casa, também chamada de Casa de San Ángel, até o dia que faleceu, em 24 de novembro de 1957. Em seguida, sua filha, Ruth Rivera Marin, herdou a propriedade e doou-a ao Instituto Nacional de Belas Artes (INBA). Em 1994, o INBA efetuou seu restauro e reabilitação e, no ano de 1998, ela foi reconhecida como Patrimônio Artístico da Nação. Atualmente no estúdio de Diego Rivera estão expostos seus materiais de trabalho e as pinturas e objetos pessoais de sua esposa.
Através do uso de elementos coloridos, uma escada em espiral, um teto terraço, uma cobertura inclinada, uma passarela e uma cerca perimetral de cactos, o arquiteto resolveu as habitações com o mínimo possível, levando em conta a nova maneira de viver que vinha ocorrendo no México e incorporando a tradicional arquitetura mexicana.
Dessa forma, projetou dois blocos de alvenaria, cada um abrigando uma residência - uma vermelha, para Diego, e uma azul, de Frida - independentes uma da outra e conectadas apenas por uma pequena passarela no topo. Ambas relacionam-se com o meio ambiente através das grandes esquadrias quadriculadas que faceiam o entorno natural. As casas distinguem-se do restante por suas características modernas mas, por outro lado, vinculam-se totalmente por conta de suas cores e vegetação.
O arquiteto teve grande preocupação com a luz natural, abrindo a casa através de grandes janelas voltadas à fachada norte, conseguindo uma iluminação controlada, constante e uniforme para o interior dos volumes. Com as claraboias na cobertura todas os espaços das residências são bem iluminados.
Ficha Técnica
- Arquiteto: Juan O´Gorman
- Localização: Cidade do México, México
- Ano do Projeto: 1929-1931