- Área: 120 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Matías Leyton, Antonieta López.
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Memorial El Litre é uma obra que se encontra no processo de titulação da Escola de Arquitetura da Universidade de Talca. Localizado ao Norte de Maule, no vilarejo de "Los Queñes”, o trabalho se detém numa das principais relações que dotam de identidade o lugar ao longo de sua história: a ponte como o fio condutor e infraestrutura pública que permite o acesso ao povoado, e ao mesmo tempo o rio, como unidade de paisagem que permite diferentes atividades, principalmente de balneário.
A obra está localizada nas ruínas do que foi a primeira ponte de entrada, o que deu início a esta relação entre ponte e rio, sendo além disso o setor onde se estabeleceria o principal balneário dos primeiros habitantes e visitantes do povoado. É por isto que a intervenção é planejada como o resgate de uma ruína que, além de evocar o passado, permite recompor a memória coletiva valorizando a base estrutural e dando destaque a uma peça viária abandonada.
Neste exercício de recuperação do patrimônio, se projeta intervir na ruína de uma história já acabada para dar uma nova vida em sua renovada funcionalidade, devolvendo sua origem primogênita como espaço público.
Sob a valorização desta peça, o habitar funciona como processo de reparação, sugerindo como principais ações de projeto a extração e limpeza dos elementos, primeiro para baixar e habitar o coração da ruína e então relevar e evidenciar o oculto, situando a ruína como matéria prima em sua condição atual, e não como mero monumento do passado.
Em uma tentativa de preservar e proteger o local, o contraste aparece como o eixo central da proposta para se diferenciar tanto em matéria, gesto e altura da construção original, respeitando a glória e a força do monumento como estribos de uma ponte extinta há muito tempo. A obra planeja a conservação desta peça através de limites que não toquem o antigo, deixando a escadaria como principal elemento integrador de ambas linguagens e elemento detonador de novos percursos.
Finalmente, para enfatizar a ação de extrair, um mecanismo de borda é criado no perímetro da intervenção. Através de 104 pilares de madeira, se estrutura um sistema que permite conter a terra, além de resguardar e configurar um espaço de silêncio ao redor do monumento. Esta nova borda guia e acompanha percurso do entorno da ruína e serve de espaço para uma pausa antes de descer ao rio.