- Área: 463 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Blademir Álvarez, Wacho Espinosa
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Fabricantes: Corev, Corev Lisso, Helvex
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Estudios Donceles é um edificação de uso misto que desafia as regras do desenvolvimento imobiliário atual no México, já que ao invés de ser um empreendimento “exclusivo” é um projeto inclusivo. O edifício com 6 unidades flexíveis de 50 m², com um espaço comercial no pavimento térreo e uma cobertura para uso comum, funcionam como um catalisador para atrair novas pessoas para a área (estudantes, jovens casais, solteiros, ou pessoas idosas), e ainda pode ser usado como escritório ou estúdio de trabalho.
A tipologia de 4 pavimentos parece bastante sensata para potencializar edifícios intra-urbanos, já que não depende de um elevador, a estrutura e sua fundação são simples, e pode acarretar numa alta densidade, que permanece amigável para pedestres e respeita a escala urbana existente.
A base ideológica do projeto é que esta seja uma construção com paredes para fora, e não paredes para dentro, ou seja, oferecendo a seus usuários e moradores um espaço íntimo, que por sua vez promove relacionamentos interpessoais não só entre os usuários do projeto, mas entre eles e os moradores dos arredores. O projeto visa revitalizar os conceitos de vizinhança, já que é um lugar que permite que seres humanos satisfaçam suas necessidades básicas individuais, mas que também os convidem a sair, a viver juntos, socializar e interagir.
Para este projeto foi determinada como zona de impacto de Matamoros o caminho de pedestres, que começa na fachada norte da propriedade e prossegue por 20 casas vizinhas até uma capela existente, a mesma que foi respeitada como o limite da zona de intervenção. Identificada a área a ser recuperada, um plano participativo de ação comunitária foi implementado, desde a apresentação do projeto e da intervenção no passeio de pedestres, até o recolhimento das opiniões dos vizinhos, suas queixas e as realizações das reuniões de bairro.
Estudios Donceles é um projeto concebido com os mais altos valores de sustentabilidade; que fomenta o consumo racional dos recursos naturais e das relações comunitárias, no contexto de uma classe trabalhadora urbana muito particular, o qual rompe as regras urbanas tradicionais em favor de seus habitantes e vizinhos. É o resultado da utilização da arquitetura como uma ferramenta aplicada ao mais alto padrão de responsabilidade social: a inclusão.