- Área: 905 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:Julio Menezes
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Fabricantes: Divisórias Industriais, Divisórias Sanitários, Iluminação, Louças e Metais, Marcenaria, Mobiliário, Piso Resina, Piso Vinílico, Textura Decorativa
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Moinho Água Branca foi construído no bairro do Jaguaré na década de 1950. Foi um empreendimento familiar e a família proprietária construiu a sua residência vizinha à fábrica. Esta residência foi habitada até o ano de 1999 quando a empresa Correcta Alimentos assumiu a administração do moinho.
A Correcta é uma indústria de alimentos, especializada no processamento de trigo e soja para fabricação de farinhas e farelo de trigo, farelo e óleo de soja degomado.
A empresa conta com 300 funcionários, sendo que 65 deles atuam na área administrativa da empresa, dividida em 5 departamentos: administrativo, financeiro, recursos humanos, comercial e telemarketing.
A rotina destes departamentos é bastante operacional, o que levou a direção da empresa a optar por um layout com pouca hierarquia em um espaço aberto. Os departamentos estão todos integrados, exceto o departamento de recursos humanos, que exige uma privacidade maior e os departamentos de telemarketing e comercial que são áreas mais barulhentas e por esta razão ficaram em salas fechadas.
A residência conta com 900m² de área construída inserida em um parque de 8.000m².
O partido do projeto foi preservar ao máximo a arquitetura original da casa, uma vez que é uma edificação bela de linguagem modernista. Os acabamentos utilizados na fachada originalmente como o cobogó e os mármores são originais da construção e foram todos restaurados.
A planta original com formato quadrado apresentou uma configuração muito racional para a implantação do programa da empresa, sendo assim mantido, apesar de ter sua área interna completamente reformada.
A recepção conta com uma grande área banhada por luz natural, que é na realidade um grande jardim coberto. As salas de reunião estão todas localizadas em volta deste jardim. O ambiente é predominantemente branco para trazer a imagem de higiene e tecnologia que a indústria alimentícia pede.
As salas de reunião e gerência formam um bloco fechado no centro da construção e o restante do layout acontece em volta deste bloco, todo revestido em ACM Alucobond. A circulação é linear e os espaços fluidos. A integração e transparência são conceitos fundamentais do projeto.
As aberturas foram muito privilegiadas neste projeto, buscando a luz natural em todos os ambientes de longa permanência. Por esta razão a área do staff é toda envidraçada e tem vista para o parque, o que promove uma maior integração com a natureza.
Os acabamentos utilizados refletem a simplicidade do cliente, que queria um projeto sem ostentação. A indústria do Moinho é um prédio inteiro de tijolo e este material foi utilizado dentro das salas de reunião e gerência para lembrar da construção original aonde é produzido o produto comercializado pela empresa. O piso de resina na recepção remete ao ambiente fabril e o piso vinílico também integra esta linguagem, remetendo ao cimento queimado. Foi instalado piso elevado na construção para facilitar as instalações e manutenções de tecnologia.
O sistema de forro é misto, sendo utilizado gesso acartonado nas áreas de recepção e sancas com iluminação indireta nos corredores para valorizar a arquitetura de interiores. Nas áreas de trabalho optamos por forro modular com características acústicas.
Apesar de ser uma construção térrea que proporciona total acessibilidade, a casa está em um patamar elevado em relação ao terreno. Por esta razão foi projetada uma rampa de acesso adequada. O projeto está totalmente adaptado nas áreas internas com corredores e sanitários adequados ao uso de cadeirantes / deficientes.