Ao norte de Santiago, onde os limites urbanos da capital chilena se dilui em uma paisagem semidesértica, os arquitetos Mauricio Pezo e Sofía von Ellrichshausen (Pezo von Ellrichshausen) vêm trabalhando em um novo projeto. Trata-se do Centro Cultural Casona Quilapilún, um projeto de remodelação da casa patronal do Fundo Quilapilún, construída em 1850 e declarada monumento nacional em 1981.
Esta casa patronal é um reflexo fiel da vida rural de meados do século XIX em um Chile republicano ainda em constituição. Ela foi construída em adobe, vergas de espinheiro e alfarrobeira e a cobertura é de telhas de barro com estrutura de carvalho, no entanto, a passagem do tempo e os ocasionais sismos que ocorrem na região danificaram consideravelmente a edificação.
"Não é apenas converter uma mansão em edifício público, mas também inventar seu conteúdo", explicaram os arquitetos por e-mail. Considerando o estado atual do monumento, a equipe decidiu que a própria mansão "despojada até de sua domesticidade original, se converte no primeiro objeto da nova coleção."
Em seu interior, o eixo da proposta curatorial está a cargo de Miguel Laborde, que definiu uma coleção de obras de artistas contemporâneos e produzidas por artesãos locais, "fundindo cultura intelectual e popular."
Memorial oficial: Além de sua evidente condição de ruína, a mansão existente resume o momento chave em que "é forjada" a identidade nacional: aquela tortuosa trasição republicana, com todas as suas lutas anti-colonialistas e suas pretensões neoclássicas. Sua posição na paisagem semidesértica da Província de Chacabuco, sua condição de território misterioso, desolado e empoeirado, determina o caráter que continuará cercado as antigas habitações.
Este novo centro cultural busca celebrar uma coincidência histórica entre arte, técnica e natureza. Seu conteúdo é uma coleção inédita de obras de artistas contemporâneos produzidas por artesãos locais.
Arquitetos
Localização
Ruta G-131 S/N, Colina, ChileArquitectos a cargo
Mauricio Pezo, Sofía von EllrichshausenColaboradores
Diego Perez, Eva de Hovre, Charles Bourely, Iven Peh, Victoria Bodevin, Sofie Taveirne, Findlay Barge, Caitlyn Flowers, Lorenzo GiovannoniDirección general
Cecilia García-Huidobro (Fundación Chile Profundo)Especialidades
Miguel Laborde (Historia), Jorge Atria (Restauración), Sergio Contreras (Estructura), Bárbara Grene, Tania Düring (Iluminación), Carlos Gana (Electricidad), Julio Gormaz, Gary Zenteno (Clima), María Angélica Denegri (Sanitario), Patricio Astaburuaga (Xilófago), Cecilia Leiva (Accesibilidad), Felipe Contreras (Acústica), Ramón Castillo (Museografía), German Carvajal (Decoración histórica), Celina Rodríguez (Artesanía), Karen Fried (Coordinación)Proyecto
2015-2016Área
12580.0 m2Ano do projeto
2018Fotografias
Pezo von Ellrichshausen