- Área: 180 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Pedro Napolitano Prata
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Fabricantes: alexandre moura, cleber Martins, francisco vieira, ricardo farias
Descrição enviada pela equipe de projeto. O terreno de 180 m² é triangular com topografia ascendente, continha uma casa da década de 50 construída com tijolo de barro e um enxerto construído posteriormente que já possui estrutura independente das alvenarias. Do existente, a estrutura era precária, elétrica e hidráulica estavam condenadas, os ambientes pequenos e com pouca iluminação.
Elaboramos três estudo preliminares elencando as seguintes alternativas: Aproveitar o máximo do existente abrindo mão de qualidades espaciais, aproveitar parcialmente o que havia ou demolir tudo e começar do zero. O primeiro não agradou, o baixo orçamento inviabilizava o novo e no fim o meio termo venceu.
Tínhamos então estabelecido um procedimento projetual para encarar o sitio: elencar dentro daquilo que já existia o que seria propício manter e então acrescentar um elemento capaz de organizar, dar sentido ao todo.
Sobre manter. Preservamos a projeção do segundo andar, aquilo que correspondia ao bloco com estrutura independente. Ou seja, um bloco de 3 x 7m que quase encosta nas duas faces do lote e o divide em dois. Nele, o pavimento superior abriga quarto e banheiro, enquanto o inferior a sala íntima e a lavanderia.
Sobre acréscimo. Demos ênfase à lógica do bloco remanescente, ou seja, um volume que ocupa transversalmente o lote e o divide. Nele o pavimento superior abriga o escritório, enquanto o inferior a sala e a cozinha.
A implantação fica então composta por três pátios intercalados por dois volumes. Um que dá ênfase à convivência e o outro ao isolamento, estar e íntimo. Uma pequena passagem, em dois níveis com vista para o pátio central, conecta os dois volumes.
O fato de gerenciar a obra e estar presente quando as oportunidades se apresentam tornaram a casa no que ela é. Reaproveitar foi uma questão iminente, afinal tínhamos elementos de duas casas que seriam demolidas: a do próprio lote em que estávamos e uma antiga morada da cliente que fora vendida para uma construtora.
Algo da materialidade do antigo continua no novo. As paredes são compostas por uma composição de tijolos de demolição da antiga casa com tijolos novos; o piso do mezanino, tanto estrutura quanto tábuas, são da demolição; os caixilhos madeira tem seu desenho pois são conformados por lâminas de vidros temperados descartados; boa parte dos eletrodutos, louças, metais, vitrôs, guarda roupas, armários, são extratos que quando necessário sofreram operações para se adaptar ao seu novo sítio.