![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 1 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7d62/e58e/ce4f/a800/0141/newsletter/SAPE_ED_01.jpg?1475247451)
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Arquitetos: Base Urbana, Pessoa Arquitetos
- Área: 82000 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Pedro Vannucchi
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 26 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7d9f/e58e/ce3d/8200/01cc/newsletter/20151110_BaseUrbana_PessoaArquitetos_Sape_159.jpg?1475247514)
Desenho Urbano
A reurbanização do Sapé é uma iniciativa da Secretaria da Habitação Municipal de São Paulo. Atende 2500 famílias em condições precárias de moradia no Bairro do Rio Pequeno. O conceito que estrutura o partido geral da urbanização da favela do Sapé é a costura urbana entre as duas margens do córrego a partir do desenho de espaços públicos. A leitura das condições físicas e sociais da comunidade denota uma descontinuidade urbana em vários níveis de precariedade.
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 21 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7ce9/e58e/ce4f/a800/013c/newsletter/SAPE_URB_04.jpg?1475247331)
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 18 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7cdd/e58e/ce3d/8200/01c2/newsletter/SAPE_URB_03.jpg?1475247319)
Assim o projeto constitui-se como ferramenta de inclusão na medida em que suas ações desenham oportunidades de conexão, encontro social, vivência e troca no espaço público urbanizado. Ao unir em desenho urbano, infraestrutura e habitação, o projeto cria espaços para melhorar a mobilidade urbana, a qualidade ambiental, a moradia, o lazer, o trabalho, possibilitando uma consciência de pertencimento que colabora para a manutenção e a melhoria da vida na cidade.
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 33 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7ebc/e58e/ce3d/8200/01d7/newsletter/SAPE_URB_REMOCOES.jpg?1475247798)
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 34 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7ef3/e58e/ce4f/a800/014c/newsletter/SAPE_URB_IMPLA.jpg?1475247853)
Os principais objetivos da urbanização são a remoção das famílias em situação de risco; a implantação de infra estrutura urbana para todas as moradias, e a construção de novas residências na própria área. Desta forma, foi a partir das áreas remanescentes das remoções obrigatórias que estudou-se as possíveis áreas de assentamento vinculadas ao caminho verde junto ao córrego do Sapé. A reurbanização criou três áreas para novos edifícios estruturando também os pontos de conexão da comunidade com o bairro, como junto às escolas potencializando o espaço público.
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 8 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7dfc/e58e/ce4f/a800/0149/newsletter/20151110_BaseUrbana_PessoaArquitetos_Sape_102.jpg?1475247608)
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 38 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7eb1/e58e/ce3d/8200/01d6/newsletter/SAPE_URB_CORTE_02.jpg?1475247786)
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 9 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7d79/e58e/ce3d/8200/01ca/newsletter/20151110_BaseUrbana_PessoaArquitetos_Sape_110.jpg?1475247475)
O projeto do sistema de drenagem do córrego do Sapé adotou como referência o projeto implantado pela SVMA a montante do córrego. Ao desenvolver a geometria das seções do canal procuramos respeitar a topografia original do leito sem alterar substancialmente cotas de fundo e suas larguras, realizando um desenho com várias seções hidráulicas (em T, mista e reta). Esta estratégia aproxima visualmente o nível de água do passeio. Em ambas as margens a área non aedificandi foi utilizada para rearborizar o caminho, criar praças de encontro e atividades de lazer. Em função da baixa declividade de todo o caminho foi proposto uma ciclovia ao longo da margem esquerda que conecta-se à ciclovia projetada para a Av. Politécnica e ao C.E.U. Butantã permitindo uma integração longitudinal urbana aos 1800 metros de passeio.
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 7 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7d55/e58e/ce3d/8200/01c8/newsletter/featured_image.jpg?1475247440)
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 39 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7f23/e58e/ce3d/8200/01db/newsletter/SAPE_URB_CORTE_01.jpg?1475247903)
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 6 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7dc8/e58e/ce3d/8200/01ce/newsletter/20151110_BaseUrbana_PessoaArquitetos_Sape_026.jpg?1475247556)
No sentido transversal, o projeto estabeleceu duas novas conexões viárias, melhorou as vielas de pedestre e o acesso as casas remanescentes, e construiu sucessivas pontes para facilitar a transposição do córrego. Todas as ruas internas serão compartilhadas com pavimento intertravado, com guia rebaixada, como nos Woonerf ingleses priorizando o pedestre, e o carro circula controlado por elementos de desenho urbano e paisagismo.
O projeto proporciona uma relação de permeabilidade entre as áreas públicas, coletivas e privadas. Frente a altas declividades e a necessidade de contenções construiu-se um elemento físico que articulou estes lugares, deu unidade ao passeio sem ser uma segregação e resolveu o sistema de contenções: uma mureta em concreto de até 120cm.
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 24 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7d09/e58e/ce3d/8200/01c4/newsletter/SAPE_ED_05.jpg?1475247363)
Ele conteve, em arrimo, as bases das construções junto ao córrego e ao caminho verde, acomodou jardins, escadas e rampas no desenho urbano, e ao mesmo tempo estabeleceu o limite dos condomínios de novas edificações. Com esta estratégia de desenho e construção o projeto urbano procurou transpor as diferentes escalas da intervenção levando os conceitos do espaço público de mobilidade e lazer para a borda das construções, para dentro das vielas e das pequenas praças internas conformadas com as obras de infraestrutura.
O diagnóstico social revelou a precariedade econômica da população e as ações urbanísticas voltaram-se também para levantar vocações e oportunidades. Nesta direção, o projeto urbano considerou a diversidade de usos e criou espaços ao longo do caminho verde para que usos relacionados aos serviços e comércios existentes e ainda aos novos de lazer e a ciclovia, possam constituir oportunidades de renda e ferramentas urbanas de integração física e social. Mesmo durante as obras já foi possível perceber que o alargamento dos passeios oferece esta oportunidade.
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 13 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7dd3/e58e/ce3d/8200/01cf/newsletter/20151110_BaseUrbana_PessoaArquitetos_Sape_041.jpg?1475247566)
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 4 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7d1f/e58e/ce4f/a800/013e/newsletter/SAPE_ED_07.jpg?1475247385)
A Escala do Edificio
O projeto de arquitetura para a favela do Sapé está amparado por duas premissas assim definidas:
Da unidade para o edifício: O projeto contempla sete tipologias de unidade habitacional: dois dormitórios, três dormitórios, duplex e unidade de acessibilidade integral, entre 50 e 46m2, além das unidades de comércio e serviços. A quantidade de cada tipo foi definida com o levantamento das famílias ao longo do trabalho. O sistema construtivo adotado foi otimizado com a padronização dos vãos para portas e janelas, das paredes hidráulicas com prumadas fixas e proporcionou a ventilação cruzada. A circulação horizontal avarandada coletiva transpôs para o pavimento um espaço de convivência existente nas vielas da favela, criando a oportunidade de troca entre as famílias de um mesmo andar.
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 22 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7d2b/e58e/ce4f/a800/013f/medium_jpg/SAPE_ED_08.jpg?1475247397)
Da cidade para o edifício: A separação estrutural dos volumes da circulação horizontal, da vertical, e do volume das unidades nos permitiu criar uma flexibilidade para implantar os edifícios. Resultou das diversas articulações entre estes três elementos uma implantação que acomodou-se a cada particularidade de cada terreno, da relação com o entorno, da situação do lote na paisagem. Ao incorporarmos a paisagem do caminho verde com sua vegetação nos vazios entre os volumes integramos estes espaços modulando a passagem das áreas públicas para as privadas, neste sentido procuramos sempre proporcionar uma entrada pela rua e outra pelo caminho verde para todos os condomínios. Neste exercício de acomodação topográfica, o edifício pousa no terreno originando unidades no subsolo mais ligadas espacialmente ao caminho verde.
![Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos - Imagem 5 de 45](https://images.adsttc.com/media/images/57ee/7cf4/e58e/ce3d/8200/01c3/medium_jpg/SAPE_ED_03.jpg?1475247341)