- Ano: 2015
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Fotografias:Ketsiree Wongwan
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Fabricantes: A.P.K. Dawkoo, Allied Metals, Boonthavorn, L&E
Entrelaçando os contrastes
O projeto se localiza no distrito de Pak Chong, próximo do perímetro do Parque Nacional Khao Yai, um dos destinos de férias mais visitados no país. Esta cidade de veraneio está ocupada, principalmente, por dois tipos de arquiteturas: aquele que predomina com grandes aberturas e vistas as montanhas e o que possui a estética replicada da arquitetura ocidental. Porém, o que o Yellow Submarine Coffee Tank propõe algo que não se encaixa em nenhum dos padrões típicos.
Após apresentar o terreno de 1600 m2 de plantação de mogno à equipe de projeto, o dono expressa o desejo de incorporar a arquitetura para agregar novos valores à terra visando uma futura expansão. Desde o primeiro encontro, o local revela as condições físicas específicas do bosque plantado desde sua suave inclinação até o ambiente muito singular que tem potencial para converter-se no lugar mais prominente da área. E a arquitetura ajudará a destacar e compreender estes elementos.
Uma série de muros de 3 metros de altura enclausura a área de 300 m2 para enfatizar a escala diferente da estrutura e a vasta paisagem ao redor, enquanto faz com que os usuários percebam o que acontecem no interior da edificação. A parede escura de 30 metros de comprimento, localizada na suave ladeira, acentua a diferença de 1,6 metros de inclinação do terreno. Para acessar o depósito de café, desde o estacionamento, os visitantes seguem a passarela em paralelo com o edifício, enquanto consideram a coexistência da arquitetura e da natureza. Tal programa outorga as oportunidades para que os usuários submerjam em uma natureza exuberante que mudança conforme as estações.
O espaço funcional divide-se em três partes: 1) a entrada que introduz o vasto e o vazio 2) a parte onde a arquitetura funciona de forma similar a uma árvore e 3) a área abaixo das copas das árvores. A arquitetura é construída a partir de materiais com diferentes tons de negro para criar um entorno em que certos elementos se fazem presentes através dos processos de absorção e reflexão. Interações físicas de materiais podem ser vistas em diferentes formas e efeitos, desde a alvenaria que absorve a umidade, os sons de pisadas no solo de cascalho, as paredes espessas que ajudam a bloquear ruídos, a luz refletida nas paredes expostas cobertas com tinta até o reflexo dos azulejos brilhantes. Através da visibilidade coletiva destes elementos, a materialidade fala seu próprio idioma.
Enquanto a forma arquitetônica aparece como um grande contraste com a natureza, ela possui também uma forte conexão com o terreno e o seu entorno. O espaço fechado permite aos usuários não somente ver,mas, contemplar as coisas que poderiam passar desapercebidas, a partir das interações humanas simples e da humilde magnificência da natureza. O ambiente converte-se em um dos ingredientes chave da arquitetura e, de maneira significativa, forma o espaço, servindo a seu próprio interesse e presença como um espaço arquitetônico memorável, agregando uma nova consciência a percepção das pessoas e a atitude perante a arquitetura.