- Área: 145 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:JAG Studio
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Fabricantes: Boris Landivar, Graiman, INAI galleria, Palo Alto, Patricio Argudo Calderón
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto conta com 145 m2 distribuídos em duas plantas arquitetônicas cobertas e um terraço. A localização da construção é um fator importante, já que ela está situada na ladeira baixa de Turi, um mirante natural da cidade de Cuenca, no Equador, onde se encontravam alguns muros de contenção de canto arredondado de uma construção destruída e abandonada. Estes muros foram levantados originalmente para deter uma grande inclinação superior a 30% do terreno foram inclusos no desenho como parte formal e estrutural do mesmo.
O propósito foi a construção de uma moradia unifamiliar pequena, com os espaços básicos e funcionais para a vida cotidiana e com uma linguagem, ao mesmo tempo, local e contemporânea.
O partido do desenho refere-se a materiais vernáculos, foram utilizados muros secos de pedra, situados onde se encontravam os originais da construção precedente. Além disso, a estrutura da cobertura foi feita integralmente em madeira com revestimento de telhas artesanais não esmaltadas, o adobe preparado em blocos foi utilizado para revestir algumas paredes e na sua forma de reboco de barro para outras. Esta gama de materiais tradicionais incorporados na arquitetura conferem a calidez popular das construções locais ao mesmo tempo em que se acopla a um projeto de traços contemporâneos com grandes planos envidraçados que predominam na fachada norte, onde se goza de um visual completo da cidade.
Foram agregados outros materiais mais novos como pisos com motivos tradicionais feitos em ladrilhos hidráulicos para acentuar o estilo, o vidro na escada interior sobre a estrutura de madeira que contrasta por sua aparência vanguardista, portas de madeira natural com elementos decorativos em ferro, corrimãos e claro, peças decorativas de mobiliário que foram selecionadas minuciosamente para enfatizar o estilo dialético entre o tradicional e o contemporâneo.
A distribuição espacial é bastante simples, pela topografia o acesso principal encontra-se na planta superior e é possível acessar a entrada por meio de uma grande escadaria em pedra que comunica exteriormente dois níveis do projeto. Antes da entrada foi estabelecido um terraço com pergolado para desfrutar da vista junto a porta de madeira que nos leva até um hall que, por sua vez, se comunica com a área dos dormitórios no mesmo nível e a escada envidraçada para encaminhar-se a área social na planta inferior.
A planta superior conta com dois dormitórios orientados ao norte, com pisos de madeira e um banheiro completo adjacente, a separação dos dormitórios se dá através de móvel closet com duas frentes; a vista para a cidade não é o único atrativo destes espaços, se olharmos para cima podemos observar a artesanal construção da cobertura e seus detalhes em madeira; o acesso a todas as áreas se dá através de um hall de exibição que possui iluminação e ventilação através de uma janela voltada diretamente a um dos muros de contenção. Este visual parecerá, em um primeiro olhar, pouco atrativo, entretanto, se torna totalmente vigoroso perceber os musgos por entre as pedras e nos dias de chuva as gotas que caem como uma cascata filtrando-se pela vegetação. A exibição que ambienta o lugar é uma coleção muito particular de rádios antigos pertencentes aos proprietários da residência. No térreo está a sala de jantar e de estar conjugadas em um mesmo ambiente, um banheiro social e a cozinha, todos comunicados através de um corredor que se desenvolve paralelamente a fachada e portanto goza do espetáculo visual de toda a cidade aos seus pés. Todo o pavimento deste andar é revestido com cerâmica.
Quanto aos espaços exteriores, foi mantido o paisagismo próprio da montanha, conservando todas as espécies de árvores e agregando outras pertencentes ao setor.
