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Arquitetos: Appleton e Domingos Arquitectos
- Área: 1135 m²
- Ano: 2009
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto para a reabilitação e ampliação de uma escola originalmente desenhada pela Arquiteta Maria do Carmo Matos fez parte de um programa do governamental para renovação das escolas secundárias promovido pela Parque Escolar E.P.E.
O projeto original, constituído por um conjunto de pavilhões tipo e modulares, antecipou um extenso programa governamental desenvolvido nas décadas de 1960 e 1970 para criar uma rede pública de escolas secundárias no território português. Tratava-se de projetos muito pragmáticos e econômicos, baseados na prefabricação e na repetição com o objetivo de serem replicados ao longo de todo o território Português.
Dado a reduzida dimensão do lote onde se inseria a escola e a necessidade de duplicar a sua capacidade construtiva para dar resposta às necessidades atuais foi decidido demolir todos os edifícios térreos e manter e reabilitar os restantes. Todos os novos edifícios têm dois pisos com exceção de uma extensa pala que que articula os novos e os antigos. A densificação garantida pela pala e pela inserção cuidadosa dos novos edifícios permitiu dar forma aos espaços intersticiais entre os pavilhões, criando uma sequência de pátios destinados às atividades exteriores.
Os edifícios preservados são maioritariamente salas de aulas. O antigo ginásio é agora uma cantina e cafetaria e um local de reunião dos alunos. Os edifícios novos foram destinados à biblioteca, auditório/sala polivalente, laboratórios, ginásio, balneários e campos cobertos e descobertos para desporto. O edifício da biblioteca, da sala polivalente e da recessão criou uma nova frente de rua que não existia e serve também a comunidade local.
Os elementos mais interessantes nos edifícios existentes foram mantidos – as escadas, as caixilharias de madeira exótica, as grelhas e os elementos de betão prefabricado – atualizando os seus níveis de desempenho mas preservando o seu carácter e autenticidade. A linguagem arquitetônica e os materiais – betão, madeiras aparentes, barramentos cimenticios - usados nas novas construções foram inspirados no projeto original garantindo continuidade entre o antigo e o novo e criando uma nova unidade no conjunto.
Tanto nos edifícios novos como nos antigos as coberturas foram (re)desenhadas para permitir a integração das extensas áreas técnicas exigidas pelos regulamentos atuais. Cada cobertura é coroada com uma entrada de luz natural no centro do edifício que serve também como acesso de manutenção às máquinas sob a cobertura.
Estes “chapéus”/cobertura, com estrutura de madeira, são revestidas com uma pele de grandes escamas quadradas de telas de asfalto revestidas com xisto. Estes elementos muito expressivos, discretos a partir do nível do chão para não perturbarem a leitura dos edifícios, são essenciais para uma leitura coerente e unitária do conjunto a partir das encostas da Serra de Sintra a meio das quais a escola está localizada.