- Ano: 2015
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Fotografias:Guy Wenborne
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Fabricantes: Fahneu, Rubber, Travieso Golf
Descrição enviada pela equipe de projeto. A ideia do Parque Fluvial nasceu em 2001 com o objetivo principal de recuperar as margens do Rio Mapocho através da implementação de eclusas controláveis ao longo de 34 km do rio. A intenção original é gerar diversos polos de desenvolvimento ao longo do percurso fazendo referência a um rio navegável.
Localizado na zona oeste de Santiago, o Parque da Familia é uma intervenção urbana sustentável de espaço público. O objetivo principal é valorizar as margens do Rio Mapocho e reabilitar uma zona industrial degradada que se integra através do canal de água.
Para uma primeira aproximação do projeto é possível explicar o parque em três abordagens essenciais: mais a partir do contemporâneo, a partir da superação dos preconceitos, e a criação de um novo imaginário paisagístico.
Nas palavras de Joan Roig, arquiteto e paisagista espanhol: tornar contemporâneo, ou em outras palavras, atualizar a profissão. O Parque Renato Poblete é essencialmente projetado por um grupo de jovens arquitetos que superaram a inércia de continuar o desenho de suas referências paisagísticas mais próximas. Neste sentido, propõem um desenho complexo para o contexto nacional a partir do que a teoria da paisagem chamada groundscape, que é basicamente entender que a superfície manipulada é compreendida em suas três dimensões físicas.
O Parque propõe uma superação de preconceitos urbanos. O primeiro, é a suposta impossibilidade de represar uma corrente. Questão esta que foi discutida por anos na imprensa por diferentes ditos especialistas que pensavam que a única forma de construir eclusas eram as referências de rios europeus. Segundo, o parque nesta região de Santiago não poderia ter padrão muito alto por tratar de comunidades com menores recursos. O projeto e execução do parque não foi a partir da escassez mas sim da eficiência, reabilitando uma zona industrial degradada.
Se há algo que o parque propõe à cidade é a possibilidade de voltar a recuperar as vistas sobre o rio em suas margens. O parque se comporta como as curvas do rio; desvia sua água, rega sua vegetação. De bicicleta ou de vários passeios das bordas, é possível ver a bacia do Rio Mapocho, sua relação com o Cerro Renca e o eixo que se forma até a Cordilheira. Suas paredes de contenção com taludes permite essa proximidade que tanto desejava a sociedade civil em suas inúmeras apropriações esporádicas de aproximação do rio canalizado. Em direção ao interior, propõe-se a vertigem de estar sobre e em contato com a água do rio.