Após a divulgação do resultado para o Concurso nacional para a nova sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e o Instituto dos Arquitetos do Brasil – Departamento Distrito Federal (IAB-DF), apresentamos a proposta que obteve a segunda colocação.
Veja o projeto completo a seguir.
“Esta Arquitetura, cuja materialidade é uma ideia construída, cujo tempo é construído pela luz, e cujo espaço é construído pela gravidade, é a Arquitetura que chamo de essencial.” (BAEZA, Alberto Campo, 2.ed, A Ideia Construída, Caleidoscópio, 2008).
A estratégia de ocupação é simples e clara, busca-se a continuidade da cidade. Assim, a edificação surge apoiada sobre um grande podium, volume contínuo, de estrutura leve, ocupando a metade do lote. O espaço aberto restante permite a continuidade do espaço público, livre, do começo ao final do lote.
Este espaço aberto é composto de dois níveis. Um, mais silencioso, onde se dá o acesso principal, monumental, sobre o espelho d’agua junto a vazios que iluminam os níveis inferiores. Caminhando, naturalmente encontra-se a escada de acesso ao nível inferior, onde se situa um grande pátio que se abre ao céu. Este é o espaço onde ocorrem os encontros, pode-se conversar, tomar um café, uma cerveja, ver uma exposição ou uma apresentação de música no auditório. Organizando o espaço, uma circulação avarandada conecta o pátio cultural com o pátio das bandeiras, lugar onde luz e texturas são controladas, onde a arquitetura conduz aos sentimentos de serenidade, correção e respeito.
Para organizar o programa de necessidades dividiu-se o projeto em dois elementos de características opostas:
Um pesado, o podium, uma base pétrea assentada no solo como se dele nascesse (volume estereotômico). Executado em concreto pigmentado na cor da própria terra, abriga as áreas culturais, de encontro e plenárias. Funções base para construção de ideias e conceitos, portanto são os alicerces conceituais do projeto.
Outro leve, elemento ósseo, pousado delicadamente sobre o podium, (volume tectônico), surge composto de uma fina estrutura metálica e fechamentos em vidro, abriga as áreas de escritório. É a arquitetura da luz, que protege-se do seu excesso através de uma varanda sombreada por brises metálicos que formam uma fina casca permeável de proteção solar.
Entre a pele de vidro e os brises metálicos, criou-se uma varanda, nela um espelho d’água percorre todo perímetro do edifício, gerando um microclima mais úmido e ameno, minimizando o uso de refrigeração mecânica. Este espaço, herança das generosas varandas dos casarões coloniais, faz também importante referência aos peristilos presentes nos palácios criados por Niemeyer para Brasília
O ritmo dos pilares, a simetria, e o acesso feito precisamente no meio do edifício por uma passarela sobre o espelho d’agua, constroem através elementos clássicos o sentimento de monumentalidade e identidade pretendido.
Buscou-se uma solução simples e econômica para vencer a gravidade. A estrutura será mista, o podium em concreto armado recebe os espaços que necessitam de pé-direito e vãos maiores. Já os três pavimentos seguintes são em estrutura metálica de vãos econômicos que proporciona rapidez de execução e menor peso sobre a base em que se apoia.
O projeto proposto para sede do IAB/DF+CAU/BR utiliza um conjunto de conceitos e elementos já conhecidos na arquitetura, entretanto buscou-se a combinação exata, um projeto que não possui nada a mais e nem a menos do que o essencial para clara compreensão da ideia e criação da beleza.
Autores: Bernardo Richter, Fernando Caldeira de Lacerda e Pedro Amin Tavares
Arquitetos: Helena Engelhardt, Priscila Vicentim e Guilherme Figueiredo
Consultor: Eng. Lauro Grollmann
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