- Área: 170 m²
- Ano: 2015
-
Fotografias:Simon Oberhofer
-
Fabricantes: Mafi, Vola
Descrição enviada pela equipe de projeto. Integrada à paisagem suave e ondulada do sul de Estíria, localiza-se a Residência T, logo acima de uma colina, onde se mistura de forma natural com as vinícolas do entorno. Por conta de seus materiais e de sua contenção formal, a casa conforma um todo com o campo, já que localiza-se firmemente na borda, com a cobertura de duas águas em frente ao vale.
A pequena casa de viticultor que costumava ser a casa de fabricação dos vinhos até primórdios do século XX, serviu como ponto de partida para o projeto desta residência unifamiliar. A histórica adega abobadada foi construída em pedra e tem mais de 400 anos de idade. Por isso, trata-se da parte mais antiga da casa, que foi reformada na década de 1960, momento em que estava desabitada há anos. Os proprietários, dois viticultores, decidiram fazer da antiga casa de produção, o seu retiro, já que o vinhedo local havia sido seu local de trabalho particular durante tantos anos.
De acordo com a forma e a função, o novo edifício foi dividido em duas estruturas: um cubo retangular com uma cobertura de duas águas construída acima da adega - uma homenagem ao antigo edifício, que encontrava-se no mesmo alinhamento e volumetria similar, ao norte em uma descente suave costa abaixo. A construção monolítica de concreto colorido isolado, as tábuas de madeira serrada ásperas, assim como as aberturas quadradas dispersas, conferem ao edifício um caráter introvertido. Esta é a razão pela qual a galeria, assim como as áreas de dormitório e as áreas úmidas encontram-se no interior como locais de retiro. O tom de cor marrom e a textura háptica das paredes de concreto transitem conforto. Apenas alguns cortes bem escolhidos de vista panorâmica de 360° foram mantidos descobertos por várias janelas com grandes caixilhos de madeira.
No lado leste do edifício encontra-se uma estrutura plana e alongada adjacente ortogonalmente, que incorpora a sala de estar, a cozinha e sala de jantar, além da garagem. Esta parte com a cobertura plana, alta e envidraçada com um balanço em madeira sólida aparente, permite que a paisagem que rodeia o edifício se difunda em seu interior. Assim, não há uma linha divisória aparente entre o interior e o exterior, o que cria uma fusão entre a natureza e o edifício.
Ao entrar na casa a partir da face norte, observa-se diretamente através da antessala à sala de estar, que podem estar separadas da cozinha e sala de jantar por um móvel e, além disso, podem ser utilizadas como dormitório. Uma área de serviço com um pequeno banheiro, pias, e área de armazenamento divide os ambientes da garagem. Todas as paredes internas foram projetadas como móveis feitos em madeira de freixo escura e compreendem armários, cozinha, estantes e portas de correr. Assim, toda a área de estar pode ser configurada como espaço único, ou espaços separados pelas paredes de móveis.
Através da cozinha aberta e da sala de jantar acessa-se a intersecção das duas estruturas do edifício. Uma diferença de nível conduz à antiga adega e à sala de instalações, ou, acima, à galeria. A transição suave da cozinha até a sala de estar e galeria é separada do dormitório pelo banheiro e um closet, ambos estabelecidos por caixas no espaço de cobertura de duas águas.
A materialidade simples do interior é coerente em relação ao aspecto externo do edifício. Além do concreto e da madeira, os elementos individuais, como os piores e os guarda-corpos são feitos em aço preto. As janelas embutidas na parede, o piso de tábuas, e a escada foram feitos à mão em madeira de carvalho. Teto, janelas e portas da garagem foram feitos em cobre, que muda de cor marrom acinzentado com o tempo, o que cria, ora contraste, ora uma cena homogênea com a paisagem circundante, dependendo da estação do ano.