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Arquitetos: José Luís Veloso
- Área: 387 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Paulo Carvalho
Descrição enviada pela equipe de projeto. Situado em Belelo, freguesia de Meixedo, concelho de Viana do Castelo a Quinta do Fortunato, estrutura de Turismo em Espaço Rural (TER) na modalidade de Agro-Turismo, tem por base o desenvolvimento de duas unidades de alojamento, com aproveitamento dos edifícios pré-existentes, outrora utilizados como corte de gado e sequeiro.
O testemunho do existente é vincado, em ambas as casas, com a manutenção praticamente integral das estruturas originais, sendo acrescentados novos volumes que as abraçam e garantem a ligação entre o antigo e o novo em formas distintas, dando lugar a uma preservação da arquitetura vernacular desta região do país – o Alto Minho – e tornando-se assim numa estrutura mais próxima de uma arquitetura contemporânea.
A sua localização espacial, apesar de não se encontrar a grande altitude, permite usufruir de vistas magníficas, o que foi tomado em linha de conta na distribuição do espaço interior, garantindo-se, assim, a relação com o exterior e salvaguardando a privacidade. Todo o envidraçado harmoniza o edifício com o exterior, privilegiando-se o conforto e a visibilidade necessária para o interior, sendo reconhecível a traça original das construções.
Do ponto de vista construtivo, salienta-se a reconstrução de parte da alvenaria de pedra, que se encontrava num avançado estado de degradação, como forma de garantir o conforto das habitações e a manutenção da traça existente. As empenas acrescentadas a ambos os edifícios, são orientadas a Norte e garantem simultaneamente a sustentação dos novos elementos e a devida proteção.
O limitado orçamento para a construção acabou por ser nosso aliado, tendo em conta a adoção de soluções de baixo custo. Utilizam-se como principais materiais a alvenaria de pedra de granito da região, o pinho, o betão à vista e o vidro. O ferro é também utilizado na execução dos guarda-corpos e dos acessos verticais interiores.
Garante-se a continuidade do interior das edificações face ao exterior, com uma estrutura funcional simples e elegante e com o mesmo tipo de acabamentos. A importância dada ao conforto e à proximidade ao “lar”, permite a fruição do espaço de forma continuada e interligada entre exterior e interior.
O vernacular e o contemporâneo encontram-se numa simbiose de preservação e inovação.