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Arquitetos: Gémeo Luís, Nuno Valentim, Paula Ribas
- Área: 442 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:João Ferrand
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Lagartixa é fruto de um compromisso sustentável. A sua implantação ajustada ao terreno existente e integrada na paisagem prescindiu deliberadamente da demolição de árvores; já o sistema de construção obedeceu a princípios de economia e de adoção de soluções tradicionais, recuperando valores cruciais e promovendo relações harmoniosas ao nível arquitetónico, paisagístico e social.
As medidas estruturais e infraestruturais implementadas no edifício e a sua relação com o meio envolvente visam promover um ciclo vital equilibrado e autoalimentado.
A utilização da cortiça, material de grande abundância no território português, agrega diversas valências e possui uma enorme eficácia térmica. Esta eficácia foi otimizada através da cobertura geral do edifício, resolvendo o isolamento térmico pelo exterior do edifício.
A orientação e a forma da habitação permitiram tirar partido da melhor insolação dos diversos compartimentos. O sombreamento é regulável consoante a orientação solar através de portadas desenhadas para o efeito.
A Casa assenta numa laje sobrelevada do terreno que permite a drenagem natural das águas pluviais. Foi implementado um sistema de rega com água reutilizável, revitalizando a linha de água que atravessa o terreno. Estas condições garantiram a plantação e a manutenção de novas espécies arbóreas de fruto. Adoptaram-se ainda energias renováveis: os painéis solares solucionam o aquecimento das águas sanitárias; e o uso de caldeira alimentada a pellets biodegradáveis resolve o aquecimento geral.
Aos valores materiais da Casa Lagartixa agregam-se valores simbólicos. O nome serve de metáfora para a sensibilização da biodiversidade enquanto valor fundamental para a sustentabilidade; recorda como em muros e construções a Lagartixa encontra abrigo; valoriza a narrativa como recurso humano na tradição oral comunitária da região.