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Arquitetos: Fournier_Rojas Arquitectos
- Área: 750 m²
- Ano: 2016
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Fotografías:Fernando Alda
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Fabricantes: Abonos Agro, Amco, Arcelor Mittal, Cemex, Holcim, Ladrillera Industrial Agua Caliente, Plycem, Samboro
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Fournier_Rojas Arquitectos se engaja em produções pro bono de projetos sociais e ambientais relevantes, pertinentes e responsáveis.
A pequena e humilde comunidade rural de El Rodeo precisava de um novo centro comunitário para manter atividades como reuniões comunitárias, casamentos, bailes, aulas, apresentações artísticas, entre outras, além de servir como um abrigo em caso de desastres naturais.
O salão existente da comunidade estava em estado lastimável de deterioração devido à má qualidade da construção e do projeto, fato comum neste tipo de trabalho em comunidades pobres do país. Isso se dá pela falta de profissionais nos processos de projeto, uma vez que nestes níveis socioeconômicos não há uma cultura arquitetônica, o cumprimento de regras para a concepção e construção de um projeto ou a contratação de profissionais qualificados.
O desenho surge da nossa teoria de "Arquitetura Necessária, Essencial e Humilde do Hoje e do Aqui" e é:
1. RESPONSÁVEL – Reforça e consolida o sentido de comunidade. Sua forma e grande altura simboliza este conceito. As comunidades precisam de lugares cuidadosamente desenhados e construídos, que melhorem sua paisagem integral e as dignifiquem. Em resumo: uma arquitetura para a convivência.
2. DILIGENTE – O projeto apresenta uma planta de fácil leitura e compreensão que é muito flexível espacialmente. A forma surge de sua estreita relação com o terreno, a natureza circundante e seu simbolismo.
3. ARQUITETURA SUSTENTÁVEL-BIOCLIMÁTICA-TROPICAL – El Rodeo é quente e úmida e o edifício é uma grande "grade de ventilação" de tijolo ventilado, chamado de "bloco colmeia". Este não requer qualquer acabamento e tem baixa manutenção. A cobertura ventilada de fibrocimento é termo-acústica, fazendo o uso de forro desnecessário, e reinterpreta os tradicionais telhados com amplos beirais, comuns em regiões tropicais como essa. A estrutura de aço da cobertura parece levitar, buscando reforçar o conceito de leveza e liberdade, além de se constituir como uma boa resposta aos abalos sísmicos. Há reaproveitamento da água da chuva, em que ela é direcionada livremente a infraestruturas verdes (bioswales) e então retorna aos aquíferos. O resto da estrutura é reforçada por concreto armado. Paredes e pisos foram revestidos com pedaços de cerâmicas doadas. Crianças da comunidade, orientadas por estudantes universitários, desenharam um mural de azulejos, material doado por uma empresa local. O orçamento de construção foi bastante limitado, apenas US$ 185.000,00. No entanto, conseguimos chegar a custos muito baixos, cerca de US$ 300/m², enquanto normalmente esses projetos custam cerca de US$ 1.000/m².
4. JUSTA – É parte dos direitos dos cidadãos a boa arquitetura pública.
5. ABERTA – A planta livre permite a multiplicidade de atividades culturais que promovem o desenvolvimento social e o progresso comunitário.