O Concurso para edifícios de usos misto em Sol Nascente – trecho 2, organizado pela CODHAB/DF, teve o resultado divulgado recentemente. Veja a seguir a proposta que recebeu o terceiro prêmio, desenvolvida pelos arquitetos, recém-formados pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ana Luiza Prata Ramos, Daniela Cristina Vianna Getlinger, Daniel Kendi Ishizaka, Felipe Figueiredo Fernandes, Luísa Bernardo Andres e Rafael Chung.
A proposta buscou entender os limites da quadra como potenciais transições entre espaço público e privado. Desta forma, ainda que os parcelamentos sejam definidos e delimitados por vias públicas, a continuidade e o estímulo do espaço coletivo são garantidos através de eixos comerciais principais, que articulam todos os lotes.
Sendo assim, uma implantação que instiga a associação de todas as quadras para que o caminhar dos residentes possa ser mais natural e acessível, ativando o comércio e criando alternativas de espaços coletivos.
Os blocos habitacionais foram dispostos de forma que as unidades residenciais configurem dois núcleos principais, permitindo fluidez no térreo. Cada lote é composto por dois blocos residenciais de três pavimentos e um térreo comercial com habitações para PMR.
A solução garante acesso em nível aos moradores com mobilidade reduzida (uma vez que as unidades PMR ficaram localizadas nas extremidades), um térreo permeável ao pedestre (podendo ser utilizado como transposição da quadra) e uma praça intersticial que realmente proporcionasse articulação entre os lotes.
Devido à necessidade de unidades residenciais acessíveis às pessoas com mobilidade reduzida, o Bloco1 possui acesso restrito no pavimento térreo, configurando um miolo de quadra com maior privacidade aos residentes desses apartamentos.
O Bloco2 possui térreo permeável, porém os acessos aos apartamentos permanecem restritos aos moradores, através de controles nas caixas de escadas. A praça pública configurada no interior do bloco é o principal elemento articulador, junto com a praça intersticial prevista, conformando assim um espaço público que permeia e conecta as quadras.
O térreo, assim como o subsolo e a fundação dos edifícios, é estruturado por sistema de concreto armado moldado in loco. A associação à alvenaria estrutural em bloco de concreto para os pavimentos superiores é uma solução construtiva de fácil execução, eficiente e econômica.
Cada bloco de apartamentos possui dois núcleos de escadas que conectam todos os pavimentos. Esses eixos verticais são autoportantes e a mesma estrutura também comporta as caixas d’água na cobertura. Cada bloco possui acessos pelo térreo restritos aos moradores.
Nos pavimentos residenciais, as conexões horizontais são feitas através de passarelas voltadas para o interior da quadra.
No interior das unidades, a sala integrada à cozinha é a principal articuladora dos espaços, garantindo a otimização da área útil já que evita corredores ou espaços de transição entre os ambientes. As instalações hidrossanitárias, banheiro e cozinha, são todas voltadas para o interior da quadra, abrindo-se para a circulação central dos blocos.
Foram adotadas soluções de conforto ambiental, como ventilação cruzada em todos os ambientes, iluminação natural através dos caixilhos piso-teto e cores claras para as fachadas, soluções simples que evitam uso de climatização artificial nos apartamentos.
A escolha de materiais de baixo custo de manutenção prolonga a vida útil do edifício e confere economia de gastos aos moradores.
A eficiência hídrica do conjunto é ampliada através da coleta de águas pluviais para reuso nas bacias sanitárias, limpeza das áreas comuns e irrigação dos jardins coletivos. A captação é feita na cobertura dos edifícios e a água é conduzida à cisterna, localizada no subsolo.
Aproveitando as ciclovias propostas no plano urbano da região, foram posicionados bicicletários próximos aos acessos dos edifícios, como maneira de incentivo à locomoção por meio de bicicletas.
Autores
Ana Luiza Prata Ramos, Daniela Cristina Vianna Getlinger, Daniel Kendi Ishizaka, Felipe Figueiredo Fernandes, Luísa Bernardo Andres, Rafael ChungArquiteto Responsável
Daniela Cristina Vianna GetlingerÁrea
77400.0 m2Ano do projeto
2017Fotografias
Cortesia de Ana Luiza Prata Ramos, Daniela Cristina Vianna Getlinger, Daniel Kendi Ishizaka, Felipe Figueiredo Fernandes, Luísa Bernardo Andres, Rafael Chung
Veja também os outros dois vencedores:
1º Lugar no concurso para edifícios de usos misto em Sol Nascente - trecho 2
O Concurso para edifícios de usos misto em Sol Nascente - trecho 2, organizado pela CODHAB/DF, teve o resultado divulgado recentemente. Veja a seguir a proposta que recebeu o primeiro lugar, de Grifo Arquitetura. O conceito para a proposta do Conjunto Habitacional Sol Nascente baseia-se na diversidade urbana.
2º Lugar no concurso para edifícios de usos misto em Sol Nascente - trecho 2
O Concurso para edifícios de usos misto em Sol Nascente - trecho 2, organizado pela CODHAB/DF, teve o resultado divulgado recentemente. Veja a seguir a proposta que recebeu o segundo lugar, desenvolvida pelo escritório l-adu, junto com Cauê Capillé O edital do concurso coordenado pela CODHAB-DF pedia o projeto de 6 quadras em "L" idênticas, cada uma com dois blocos de habitação de no máximo 4 pavimentos, térreo comercial e uma praça entre esses blocos.